"Fechar a Livraria Camões
seria um problema e não uma solução"
José J.Peralta
Acabo de tomar conhecimento de um infausto projeto do governo português, que
pretende o fechamento da Livraria Camões, do Rio de Janeiro. Sabendo dos altos serviços prestados à
Cultura Portuguesa e Brasileira, pela referida Livraria, não posso deixar de me manifestar e de conclamar os lusófonos do mundo
inteiro a tomarem alguma atitude, para evitar o desmonte de espaços da Cultura Lusófona, atuantes em muitos
cantos do mundo.
Economizar! Sim, é preciso economizar, onde há esbanjamento. Mas o esbanjamento
ocorre em outros lugares onde deve ser evitado.
A presença das Livrarias Camões deve ser urgentemente equacionada, mas em busca
de maior produtividade e dinamismo.
Fechamento é, no mínimo, um ato irracional e impróprio de qualquer estratégia
viável, dentro da dinâmica de nosso tempo.
Penso que o Movimento Internacional Lusófono- MIL não poderá silenciar ante mais
este descaso, pela presença da cultura portuguesa no Brasil.
Até porque sabemos que, na cultura portuguêsa,
se encontram algumas das forças matricias essenciais da cultura
brasileira.
Por isto podemos afirmar, sem meias palavras, que tão inoportuna atitude
ofende a própria cultura brasileira e lusófona, arranhando ainda mais a nossa identidade comum.
Gostaríamos de que alguém explicasse a quem interessa tão inoportuna atitude do
atual governo de Portugal, enquanto outros países fazem exatamente o contrário. É inacreditável que o governo português desconheça o
importância decisiva da presença da uma Livraria, como a Camões, no Brasil, e da impotância do Brasil, no mundo da cultura lusófona.
Abandonar um espaços desta qualidade, seria algo sem qualificativo
adequado, nestes tempos mundializados.
A França tem aqui boas Livraria; A Inglaterra e a Espanha também; outros países
também as têm. Por que Portugal quer fechar o pouco que aqui tem?!
A Livraria Camões deveria ser erigida como uma grande e competente Embaixada Cultural da
Cultura Portuguesa no Brasil.
Estamos em tempo de expandir entidades como a Livraria Camões, por todo o Brasil e não de cuidar de fechar o pouco que ainda resta, de um passado mais consciente, mais
dinâmico e mais eficiente da cultura lusófona.
Lembramos que o Brasil é, há muitos anos, e continuará a ser, no futuro, o grande baluarte da Língua
Portuguesa, no mundo.
Gostaria de saber se os burocratas de Portugal sabem os consequências
nefastas de tão canhestra atitude.
O desprezo às questões culturais é o grande vício dos burocratas de plantão.
Não sei quais os problemas da Livraria Camões, que motivaram o projeto de
fechá-la. Se problemas há, que sejam sanados.
Conheço o sr.
Estrela há muitos anos, e pude testemunhar o desvelo dele e de sua
família, pela causa da cultura Portuguesa, no Brasil.
Sanear a economia, cortando desperdícios e gastos perdulários, é algo da maior urgência.
Fechando Livrarias necessário?! Nunca.
Penso que o governo português terá muitos outros setores para fazer economia.
Por que Portugal tem quase o dobro dos Deputados, em relação à média
Europeia?! Cortem-se então os gastos perdulários. Só estes.
Decididamente, economizar, fechando um Livraria a Camões, do Rio de Janeiro, seria
uma atitude insensata de algum míope burocrata, que não vê nada além das questões econômicas ou
políticas. Alguém que vê na economia o valor maior da humanidade, embora este seja um setor nevrálgico da nossa sociedade Mas não é o único.
A lusofonia não pode continuar a fechar espaços de difusão. Antes, deve
expandi-los, consolidá-los e torná-los mais eficientes.
Que seja repensada, revitalizada, consolidada e expandida a Livraria Camões.
Fechá-la? Nunca.
Fechar a Livraria Camões não seria uma solução para nada. Seria antes, a
criação de mais um problema.
Observe-se que nem o PS, com todos os seus desmandos, cogitou tal atentado à
nossa cultura lusófona.
Repito: Desconheço os eventuais problemas que motivaram a decisão de fechar a
Livraria Camões.
Apenas considero que o fechamento nunca seria uma solução aceitável ou o
mais recomendável.
É urgente que se faça alguma intervenção junto às autoridades governamentais,
para que se encontre uma
solução mais digna, para a Livraria Camões do Rio de Janeiro.
Aqui afirmamos com toda a convicção:
Fechar a Livraria Camões, seria criar um problema e não encontrar uma solução.
A opção pelo eventual fechamento seria
o última opção, depois de se esgotarem todas as alternativas. Posso garantir
que há muitas outras alternativas dignas, viáveis e honrosas.
Um comentário:
Bem dito e bem escrito.
Inteiramente solidário com o autor do texto.
Para além do MIL, creio que todos os Lusófonos no Brasil, especialmente os emigrantes portugueses e as suas associações, deviam ser convidados a agir, designadamente manifestando-se junto do Consulado-geral no Rio e junto do Embaixador português em Brasília, ou ainda outras ações tidas por convenientes.
Oferecendo a minha disponibilidade envio um abraço solidário ao autor do texto,
Jorge daz Rodrigues
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