31 de julho de 2011

Tenemos que reaprender lo que es gozar...

“Tenemos que reaprender lo que es gozar. Estamos tan desorientados que
creemos que gozar es ir de compras. Um lujo verdadero es un encuentro
humano, un momento de silencio ante la creación, el gozo de una obra
de arte o de un trabajo bien hecho. Gozos verdaderos son aquellos que
embargan el alma de gratitud y nos predisponen al amor. La sabiduría
que los muchos años me han traído y la cercanía a la muerte me
enseñaron a reconocer la mayor de las alegrías en la vida que nos
inunda, aunque aquélla no es posible si la humanidad soporta
sufrimientos atroces y pasa hambre”.

Ernesto Sábato
(Texto que nos foi enviado pelo Artista Plástico Rômulo Andrade, membro fundador da CAS)

24 de julho de 2011

Aristides de Souza Mendes por Jorge da Paz Rodrigues

Aristides de Souza Mendes (19/7/1885 – 3/4/1955)

“O exemplo é a escola da Humanidade” – Winston Churchill

1. Estranhamente, com excepção de Mário Crespo e do seu “Jornal das 9” na SIC Notícias, que a Aristides se referiu ontem, entrevistando o seu neto com o mesmo nome, e a quem daqui agradeço, passou em claro nos órgãos de informação portugueses mais um aniversário do nascimento do Cônsul Aristides de Souza Mendes, ocorrido em 19-7-1885, tendo falecido em 3-4-1954 no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa, na maior miséria, pois já não tinha nada para vestir e foi sepultado na sua terra, Cabanas de Viriato, envergando um hábito franciscano.
Também estranhamente, a sua bela Casa do Passal, sita em Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal, apesar de ter sido classificada como património nacional, continua em ruínas, abandonada, apesar de há muito existir um projecto para a recuperar e lá instalar um Museu à Paz e aos Direitos Humanos.
Ora, este humanista e corajoso Homem não merecia este estranho esquecimento dos homens e especialmente do poder político… tanto mais que ele foi não só um precursor da defesa dos Direitos Humanos como, para mim, foi o maior herói português do séc. XX. Vejamos porquê.

2. Um verdadeiro herói Lusófono
Herói é, em geral, o que se evidencia de armas na mão, perante circunstâncias desvantajosas. Permitam-me que vos fale hoje de um herói diferente, que não matou nem molestou ninguém e que, ‘armado’ apenas de uma simples caneta, salvou, em 1940, mais de 30.000 vidas humanas de uma morte certa nos campos de concentração nazis.
Como Diplomata de carreira, Aristides ocupou diversas delegações consulares portuguesas pelo mundo fora: 1910, Guiana Britânica; 1911, Galiza (Espanha); 1911-1918, Cônsul em Zanzibar, cujo Sultão o condecora pela sua ação política na I Guerra Mundial; 1918-1921, Curitiba (Brasil), onde lhe nasce 1 filha; 1921, S. Francisco (EUA), onde nascem mais 2 filhos;1924-1927, Maranhão e Porto Alegre (Brasil); 1927-1929, Vigo (Espanha); 1929-1938, Antuérpia e Grão Ducado do Luxemburgo; até que, em Setembro de 1938 é nomeado Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus (França), estando, pois, aí, quando eclodiu a II Guerra Mundial, em 1939.
Para melhor se compreender o seu gesto heróico, convém salientar que era então patente uma ação encapotada pró-nazi do Chefe de Governo Português, Oliveira Salazar e da então PVDE (polícia política do ditador), que não só foi treinada como em boa parte equipada pela Gestapo (tristemente famosa polícia política nazi). Salazar acumulava a Presidência do governo com a pasta de Ministro dos Negócios Estrangeiros e o cúmulo da sua desfaçatez de pseudo-neutralidade está patente na sua famigerada “Circular 14”, proibindo os diplomatas de dar vistos a apátridas, refugiados ou sem pátria, determinando que recusassem vistos aos “estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; aos apátridas, aos judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos”, quando vários países já estavam ocupados: Áustria, Checoslováquia, Polónia, Luxemburgo, Holanda, Bélgica e de, num ápice, os nazis terem invadido a França. Daí magotes de pessoas fugirem pelo chamado corredor de Bordéus para a liberdade.
Aristides, homem de sólidos princípios morais e éticos, resolve desobedecer a essa iníqua ordem, perante a perseguição e o extermínio nazi de que tinha notícia, pois, como Cônsul experiente e inteligente, tendo sido colocado em Bordéus em 1939, soube atempadamente o que Hitler estava a fazer e nomeadamente que, em 25/1/1940 os nazis acabaram de construir o campo de concentração de Auschwitz e que para o mesmo foram conduzidos imensos prisioneiros a partir de 20/5/1940, pelo que o seu espírito de homem de bem temeu o pior e logo em Maio de 1940 passou os primeiros vistos. Até que, em Junho, perante a avalanche de refugiados, esteve três dias e três noites sem parar a passar vistos.
Segundo o testemunho do Rabino de Antuérpia, Jacob Kruger, Aristides passou 30.000 vistos em Bordéus (1/3 dos quais a Judeus), mas dali ele foi ainda aos Sub-Consulados de Bayonne e Hendaye, sob sua jurisdição, emitindo também muitos vistos, mas Salazar furioso logo o destituiu e obrigou a regressar a Portugal. Pois mesmo pelo caminho ele passou vistos, pelo que o número de vidas que salvou foi, com certeza, muito superior a 30.000, segundo uns 35.000, segundo outros 38.000.
Aristides na verdade desobedeceu a Salazar, mas tal desobediência foi inteiramente justificada, perante uma ordem desumana. Com efeito, como jurista, quero aqui salientar um aspecto de Direito que ainda não vi invocar: era e é legal agir em legítima defesa de terceiros e foi isso, precisamente, que o Cônsul fez, pois mais do que respeitou os requisitos essenciais da legítima defesa – perigo eminente, adequação e proporcionalidade de meios na defesa de terceiros – já que se limitou a usar uma “pacífica” caneta e um carimbo.
Esclareço que, na minha opinião de jurista, a famigerada “Circular 14” é que era ilegal e anticonstitucional, pois, apesar da Constituição Portuguesa de 1933, então vigente, ser protofascista, já proibia a não discriminação entre pessoas de raças e credos diferentes e foi isso que Aristides respeitou. Salazar é que não cumpriu o que tal Constituição estabelecia e, num comportamento ignóbil, mesquinho e vingativo, moveu-lhe um processo disciplinar e em 23 de Junho de 1940 aposentou-o compulsivamente da função pública (demitiu-o) e condenou-o autenticamente a uma morte lenta, ao proibi-lo de exercer qualquer profissão, mormente advocacia.
Aristides, como jurista, bem se tentou defender, mas tudo em vão. No processo disciplinar Salazar usou o seu poder discricionário e decidiu demiti-lo e condená-lo a uma morte em vida, como já referi, e não obteve justiça no então Tribunal Administrativo – único a que na altura podia recorrer, pois inexistia então o Tribunal Constitucional nem era possível a um funcionário recorrer aos Tribunais comuns – sendo que os Juízes daquele eram escolhidos a “dedo” pelo poder vigente. Tal como nada conseguiu do seu apelo à então Assembleia Nacional, como bem se compreende, pois a mesma era na totalidade composta por membros do partido único, designado “União Nacional”, como aliás era timbre das ditaduras de tipo fascista, como era a de Salazar.
Mas a história não acaba aqui, pois continuou com dois dos filhos de Aristides, Carlos Francisco Fernando e Sebastião Miguel Duarte, nascidos nos EUA em 1922/23, quando ele foi Cônsul em S. Francisco, que deram sequência ao corajoso ato de seu pai, alistando-se, em 1943, no exército americano (tinham dupla nacionalidade). Terão sido os dois únicos portugueses que participarem no dia “D” – 6.6.1944 – data do desembarque dos Aliados na Normandia, combatendo os nazis até Berlim.

3. Para quando a recuperação da Casa do Passal?
Por tudo quanto antecede e não só, apelo daqui, deste humilde blogue, para que todos os homens livres, justos e de bons costumes, unam esforços em prol da recuperação da Casa do Passal, desde logo reclamando junto do poder político e municipal, para que finalmente lá seja instalado um Museu à Paz e aos Direitos Humanos, como o nobre gesto de Aristides mais do que justifica.

Publicado em 20-7-2011 no blogue ‘JorgePaz’ do site www.sol.pt



17 de julho de 2011

Entrevista com Agostinho da Silva

Partilhamos com os Amigos da CAS o vídeo de uma entrevista com o professor Agostinho da Silva, gravado em de março de 1990 em sua residência, nos enviado por Ivan Silvestre.

14 de julho de 2011

CAS e transformação mundial

A Direção da CAS apoia toda manifestação a favor da liberdade de expressão, do direito à vida digna sem opressões aos pobres e miseráveis, às mulheres e crianças. Todos os homens, indistintamente, devem ter assegurados seus direitos à educação, à saúde, à criatividade criadora para transformar o mundo, reformando o sistema político e econômico a que o capitalismo nos enformou e deformou pessoas e instituições.
Lúcia Helena Sá (Presidente da CAS)
Vídeo enviado por Artur Alonso Novelhe

A Universidade de Brasília por Emanuel Medeiros Vieira

SÓRDIDO E IGNÓBIL ATAQUE À UnB EM MATÉRIA DE ESGOTO DA DIREITA BRASILEIRA

Por Emanuel Medeiros Vieira


Para a minha filha Clarice, que com sensibilidade, garra e talento estudou na humanística e digna UnB
E em memória de Honestino Guimarães -asassinado pela ditadura militar

POR FAVOR, DIVULGUEM!

As ideias que gestaram a UnB são das mais generosas que a América do Sul já conheceu.
Era um sonho maior.
Mesmo interrompido pelo Golpe de 1964, ele não morreu.
E continua crescendo.
Da maneira mais sórdida, vil e ignóbil, em matéria escrita no esgoto da direita brasileira, pela revista "Veja" - cada vez mais reacionária, rancorosa, fundamentalista, beirando o fascismo - a universidade é atacada.
Em verdade, quem é atacado é o humanismo.
E a esperança
Os ratos não sabem conviver com o humanismo.
Os fascistas não querem a diminuição da desigualdade.
Só falta, a "Veja" berrar - como o general fascista na Guerra Civil Espanhola: "Abaixo, a inteligência! Viva a morte!"
Não me alongarei.
Doi ver que jovens jornalistas estão vendendo tão cedo as suas almas aos podres poderes, em troca de pecúnia ou de desonrosas intenções.

Quem me lê, conhece minhas viscerais diferenças em relação ao PT.
Condeno o partido por outros motivos e razões, como a negação dos princiípios republicanos.
É outra coisa.
Uma matéria contra a UnB é muito perigosa para quem desconhece sua história, ainda mais em tempos tão áridos, medíocres, individualistas e pós-utópicos.
(Brizola dizia que os fundadores da editora que publica a revista eram mafiosos fugidos da Itália.)
É preciso não se calar!
É preciso dizer não!
Reitero: disseminem a mensagem para mostrar que a UnB não está só. E que enfrentou períodos mais ásperos.

Salvador, jullho de 2011

13 de julho de 2011

As canéforas de Tomar

As canéforas de Tomar
Ou a “Festa dos Tabuleiros de Tomar”

Ou ainda a Festa em honra do Divino Espírito Santo, que teve lugar no passado fim de semana naquela cidade, que foi sede da Ordem dos Templários em Portugal, a cuja extinção o rei D. Dinis se opôs, negociando com o Papa, entre 1300-1309, logrando transformá-la em Ordem de Cristo e salvando os Templários.

Muitos ignoram que foram os Templários que introduziram em Portugal o culto ao Divino Espírito Santo, cerca de 1180, culto esse que a Rainha Santa Isabel, esposa de D. Dinis, depois apadrinhou e patrocinou. E tal devoção foi levada para o Brasil, onde até existe um estado que se chama precisamente Espírito Santo, existindo também tal culto no estado de Stª Catarina, devido aos nossos emigrantes açorianos, e no da Bahia.

Uma ilustre professora universitária de Brasília, de quem tenho a honra de ser amigo, Lúcia Helena Alves de Sá, que foi discípula de Agostinho da Silva, acaba de me remeter um bonito e expressivo poema de Cecília Meireles, bem a propósito e que passo a transcrever:

"Festa dos Tabuleiros de Tomar"

As canéforas de Tomar
levam cestos como coroas,
como jardins, castelos, torres,
como nuvens armadas no ar.

Estas gregas do Ribatejo,
nesta procissão, devagar,
não são apenas de Tomar:
são as canéforas dos tempos...

Para onde vão, com o mesmo andar
de milenares portadoras,
levando pão, levando flores,
as canéforas de Tomar?

Para que sol, para que terra,
para que ritos, a que altar,
as canéforas de Tomar
os primores do mundo levam?

O pombo cristão vem pousar
no altar dos cestos: pães e rosas
ides dar aos presos e aos pobres,
as canéforas de Tomar?

(poema incluído na obra Poemas de Viagem)

Nota: ‘canéfora’ é uma palavra antiga que significa figura humana esculpida, representando uma mulher com uma cesta à cabeça ou mulher que carrega cestos, tal como sucede em Tomar, em que as jovens carregam à cabeça um tabuleiro com a altura de cada uma delas.

Publicado no blogue ‘Brutus’ do site www.sol.pt

Link:



Delícias Portuguesas

As “7 Maravilhas da Gastronomia” são um promotor por excelência da identidade nacional de Portugal. Após a divulgação e promoção do património histórico e natural do nosso país, para consolidar os grandes valores e paixões dos portugueses, reconhecido e apreciado em todo o mundo pela sua diversidade, pelos sabores únicos e qualidade dos produtos e em que o público participa através do voto, desta promoção da Presidencia da Republica, Turismo de Portugal e quasde uma centena de entidades e imprensa.
Numa primeira fase foram selecionados 70 pratos, dos quais sairam 21 semi finalistas dos quais, dia 7 de setembro, serão obtidos 7 dos mais dignos representantes da culinária lusitana. As 21 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa selecionadas são:
Alheira de Mirandela, Açorda à Alentejana, Amêijoas à Bulhão Pato, Bacalhau à Gomes de Sá, Coelho do Porto Santo à Caçador, Chanfana, Pastéis de Tentúgal, Pastel de Belém, Pastel de bacalhau, Caldo Verde, Arroz de Marisco, Polvo Assado no Forno, Coelho à Caçador, Leitão da Bairrada, Queijo Serra da Estrela, Sopa da Pedra, Xarém com Conquilhas, Sardinha Assada, Perdiz de Escabeche, Tripas à Moda do Porto, Pudim Abade de Priscos
Já divulgados aqui alguns dos semi-finalistas (Polvo Assado no Forno, Caldo Verde, Sardinha Assada na Brasa,Leitao à Bairrada,Pasteis de Tentugal, e hoje trazemos mais uma indicação em forma de doceria.
PASTEL DE BELEM (Pastel de Nata)
No início do Século XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açúcar associada a um pequeno local de comércio variado. Como consequência da revolução liberal ocorrida em 1820, são em 1834 encerrados todos os conventos em Portugal, sendo expulsos o clero e os trabalhadores. Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro põe à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por “Pastéis de Belém”. Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos de vapor.
No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém atraíam os visitantes que depressa se habituaram a saborear os deliciosos pastéis originários do Mosteiro. Em 1837 inicia-se o fabrico dos “Pastéis de Belém”, em instalações anexas à refinação, segundo a antiga “receita secreta”, oriunda do convento, a qual é exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que os fabricam artesanalmente, na “Oficina do Segredo”. Esta receita mantém-se igual até aos dias de hoje.
De facto, a única verdadeira fábrica dos “Pastéis de Belém” consegue, através de uma criteriosa escolha de ingredientes, proporcionar hoje o paladar da antiga doçaria portuguesa.
Mas os cearenses poderão apreciar esta delicioso doce. A Panificadora Nogueira produz aqui em Fortaleza com boa qualidade e por isso é fornecedora aos melhores hoteis e restaurantes portugueses como “Marques da Varjota”, “El Rey”, “Timoneiro” ou “João do Bacalhau”. A “Nogueira” tem fábrica em Mesejana, (3276-6061) mas já nos próximos dias abre moderna casa na Aldeota.

(Informação enviada por Jorge da Paz Rodrigues, Amigo da CAS)

11 de julho de 2011

Festa dos Tabuleiros em Tomar

A grande festa em honra do Espírito Santo, em Tomar, cidade bem no centro de Portugal.
Mais de 700 tabuleiros desfilam hoje pelas ruas.

De Lisboa, comentário de Jorge da Paz Rodrigues, amigo da Casa Agostinho da Silva:

" Tomar foi a sede da Ordem dos Templários em Portugal e foram eles que instituíram o culto do Espírito Santo no país, cerca de 1180.
Tal Ordem foi depois transformada na Ordem de Cristo, a partir de 1300, mercê de laboriosas negociações de El-Rei D. Dinis com o Papa (o rei era por certo um Cavaleiro Templário e daí ter-se oposto à extinção).
Este Rei era precisamente o esposo da Rainha Santa Isabel, que apadrinhou a devoção ao Espírito Santo.
A chamada Festa dos Tabuleiros, em honra do Divino Espírito Santo, só se realiza de 4 em 4 anos e certo é que Tomar, conhecida como cidade Templária, continua a comemorar tal Festa."
JPR








Tomar
Milhares de pessoas assistiram ao cortejo dos Tabuleiros
por Lusa 10 de julho de 2011

Milhares de pessoas encheram este domingo a cidade de Tomar, que se engalanou para assistir ao mais importante dos cortejos da Festa dos Tabuleiros, que o primeiro-ministro considerou "muito especial".
Pedro Passos Coelho, ao lado da mulher, assistiu, na Praça da República, ao desfile e bênção dos 704 tabuleiros que percorreram cerca de cinco quilómetros de ruas enfeitadas com milhares de flores de papel e ornamentadas com colchas nas varandas e janelas.
"É uma festa muito especial, primeiro porque só ocorre de quatro em quatro anos, segundo porque, como podem ver - e eu também já pude constatar - é uma festa que mobiliza pessoas de todos os pontos do país", disse Pedro Passos Coelho, que se fez acompanhar pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e presidente da Assembleia Municipal de Tomar, Miguel Relvas.
O primeiro-ministro, que pela primeira vez assistiu ao maior dos cortejos da Festa dos Tabuleiros, tendo sido recebido com palmas por muitos populares, acrescentou: "Uma festa realmente impressionante".
A paragem na Praça da República foi um momento de pausa no desfile. Neste local, o bispo de Santarém, Manuel Pelino, procedeu à bênção dos tabuleiros que, depois do terceiro toque do sino, foram, em simultâneo, novamente levantados, prosseguindo o desfile pelas ruas da cidade.
O bispo manifestou o desejo de que a Festa dos Tabuleiros seja inspiradora para a "alegria, justiça e solidariedade".
Nas ruas, repletas de gente que atirava papelinhos de múltiplas cores à passagem dos tabuleiros, houve quem chegasse bem cedo para garantir lugar. Foi o caso de Jaime Rodrigues, oriundo de Santa Maria da Feira, que às 10:40 já tinha tomado lugar próximo da Mata Nacional dos Sete Montes, de onde as centenas de tabuleiros sairiam mais de cinco horas depois.
"Isto é a coisa mais bonita que se faz de quatro em quatro anos. Se não valesse a pena não estaria aqui a fazer o sacrifício que estou a fazer", comentou Jaime Rodrigues à Lusa.
Com uma vista diferente e privilegiada, estava António Guilherme. Nascido em Tomar e a viver em Lisboa, tinha à disposição a varanda da casa da família.
Sem nunca ter falhado o grande cortejo, António Guilherme destacou a originalidade crescente do certame - "sem nunca perder a tradição -, visível na "ornamentação das ruas".
Já Cláudia Silva, de Alcobaça, apontou "a forma como toda a comunidade e os habitantes estão envolvidos".
No cortejo, onde estão representadas as 16 freguesias do concelho, as mulheres, que transportam um tabuleiro com cerca de 15 quilos, desfilam vestidas de branco e com uma fita de cor à cintura ou a tiracolo, a mesma cor da gravata que os respetivos acompanhantes envergam.
Cada tabuleiro, decorado com flores de papel, tem a altura da mulher que o leva à cabeça, sendo constituído por 30 pães e tendo no alto uma coroa com a pomba do Espírito Santo ou a Cruz de Cristo.
A Festa dos Tabuleiros ou Festa do Divino Espírito Santo, retomada no século passado, tem origem pagã relacionada com a época das colheitas e adquiriu caráter religioso na Idade Média, pela Rainha Santa Isabel, que lançou as bases da Congregação do Espírito Santo.
A festa termina na segunda-feira com o cortejo do bodo, onde são distribuídos pão, vinho e carne pelos mais necessitados do concelho. Fonte:
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1903313&seccao=centro&page=2












CAS: o uso da língua portuguesa

Aula de língua portuguesa por Miriam Rita Moro Mine (Universidade Federal do Paraná)

A presidenta foi estudanta?
Existe a palavra: PRESIDENTA?
Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?


No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo do erro grosseiro seria:

"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".

8 de julho de 2011

Informe da CAS

CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais foi criado, organizado e coordenado por Agostinho da Silva nos idos anos de 1957. Hoje, o CEAO permanece em franca atividade, o que demonstra que as ações do professor Agostinho sempre estiveram à frente do tempo.

Ceao na rede das ações afirmativas no Brasil
Foi lançado o site www.redeacaoafirmativa.ceao. ufba.br , onde constam informações sobre a produção bilbiográfica (dissertações, teses, artigos, capítulos de livros), pareceres, resoluções, vídeos, fotos, textos em jornais, e o quadro das universidades que adotaram as ações afirmativas no Brasil. Trata-se de uma parceria envolvendo pesquisadores de universidades federais (UFBA, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal de Sergipe) e estaduais (UNEB e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) na criação de uma rede de pesquisa para a avaliação do sistema de cotas e das ações afirmativas para negros e indígenas na educação superior pública.

CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais
Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho - CEP 40025-010. Salvador - Bahia - Brasil
Tel (0xx71) 3322-6742 / Fax (0xx71) 3322-8070

E-mail: ceao@ufba.br




Informe da CAS

CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais

Lançamento do livro

Por una recuperación de La historia africana
De África a Haiti a Gaza

e conversa com o autor

Jacques Depelchin
(Historiador Congolês, atualmente professor Visitante da
Universidade Estadual de Feira de Santana)


Onde: Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA
Quando: 8 de julho de 2011
Horário: 18h


Teremos degustação de iguarias da culinária Africana e Afro-Brasileira, ao som de música africana.

No dia do lançamento o livro terá o custo de R$ 20,00.

CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais

Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho - CEP 40025-010. Salvador - Bahia - Brasil
Tel (0xx71) 3322-6742 / Fax (0xx71) 3322-8070 - E-mail: ceao@ufba.br - Site: www.ceao.ufba.br

7 de julho de 2011

Estarrecedor: a Pátria nossa de chuteiras

A mentalidade intelectual da Academia Brasileira de Letras olvidou-se dos artífices do pensamento da cultura de Língua Portuguesa.

Informe da CAS

FÁBIO BORGES DA SILVA

convida para a defesa de dissertação de mestrado sobre a literatura de João Guimarães Rosa.

O REAL DAQUELA TERRA:
no tempo em que tudo era falante no inteiro dos Campos Gerais
DATA: 15/07/11
HORÁRIO: 14 horas.
LOCAL: Auditório Agostinho da Silva (Departamento de Teoria Literária e Literaturas da Universidade de Brasília/TEL – ICC, B1, Ala Centro, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília, DF)

5 de julho de 2011

Solidariedade ou conformismo?

"O perigo destes alertas é que nos adormeçam porque felizmente vivemos muito melhor do que todos os fotografados, nos felicitemos por isso e fiquemos paralisados no que é mais importante: contribuir de alguma maneira para que sejam minimizadas em todo o mundo as situações denunciadas.

Afinal, este email fala em solidariedade, mas, depois, é muito mais um apelo à caridade do que um incentivo à luta. Convida ao conformismo com o que temos porque há milhões de outros que nada têm que olhar em redor.

Que este email não conduza à inércia de deixar correr, mas que nos obrigue a refletir sobre o que está ao nosso alcance para não sermos apenas um ponto de vista. E agirmos em conformidade."

Amândio Silva (Presidente da Associação Mares Navegados)


________________________________

"Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos apenas pontos de vista."
(Votado como o melhor e-mail deste ano).

Você se acha infeliz?














Você acha que seu salário é baixo?














Você acha que tem poucos amigos?




















Você acredita que seu trabalho é exaustivo?













Você reclama sobre o seu sistema de transporte?















A vida é injusta com você?





















Aproveite a sua vida como ela é. E lembre de sempre agradecer a Deus por tão grande generosidade e misericórdia.Existem muitas coisas na vida que irão surpreender os seus olhos mas poucas coisas irão surpreender o seu coração...
Este email precisa circular sempre...

























































CAS noticia

A Casa Agostinho da Silva lamenta o falecimento de Otto von Habsburg.

Retransmitimos a notícia que nos chegou da equipa MVASM (www.expresso.pt)
5 de julho de 2011
A equipa do MVASM não poderia deixar de prestar esta homenagem a quem contribuiu para divulgar o acto de Aristides de Sousa Mendes.

Otto von Habsburg estava destinado a ser rei da Áustria, da Hungria, da actual República Checa, da Croácia, da Eslovénia, da Eslováquia, e da Bósnia-Herzegovina. No entanto, as convulsões e as guerras na Europa, assim o não permitiram e, em 1961, renuncia a todas as suas pretensões monárquicas e declara-se "um leal cidadão da república".
1940 - Fragmento de um visto de trânsito emitido por Aristides de Sousa Mendes
Mémorial de la Shoah - Musée Centre de Documentation Juive Contemporaine Nascido em 1912, Franz Joseph Otto Robert Maria Anton Karl Max Heinrich Sixtus Xavier Felix Renatus Ludwig Gaetan Pius Ignatius, designado como arquiduque Otto, filho do Imperador Carlos I, trazia a promessa de um grande futuro à Casa Real.
No entanto, com a Primeira Grande Guerra dá-se o desmembrar do império austro-húngaro e a família real é obrigada a exilar-se, na Madeira, durante algum tempo. Otto tinha, então, sete anos.
O tempo vai passando e a restauração da monarquia na Áustria e na Hungria parecia cada vez mais distante. É, em 1938, com a anexação da Áustria pela Alemanha nazi que terminam as expectativas de uma possível restauração.
A família von Habsburg está, novamente, a caminho do exílio; primeiro a Bélgica e, depois, a França. Mas, com a ocupação da França pelos nazis e a assinatura do armistício, os von Habsburg são obrigados, em Junho de 1940, a escolher, mais uma vez, um novo país de acolhimento.
Portugal foi o destino eleito e, com os vistos passados por Aristides de Sousa Mendes, então cônsul de Portugal em Bordéus, os vários membros da família real conseguem chegar salvos ao nosso país, onde permanecem por vários anos.
Após o final da guerra, Otto von Habsburg viria a viver, durante vários anos, em França e em Espanha. Em 1971, é eleito deputado europeu, pelo partido da direita bávara - o CSU, ocupando o cargo durante vinte anos, até 1999.
Otto von Habsburg morreu a 4 de Julho de 2011, com 98 anos.
O MVASM presta-lhe homenagem pela forma como, ao longo dos anos, contribuiu para a divulgação do acto de Aristides de Sousa Mendes.
(Fonte: RTP - Rádio Televisão Portuguesa)

Para conhecer a obra de Aristides Sousa Mendes, visitar o MUSEU VIRTUAL ARISTIDES SOUSA MENDES
http://aeiou.expresso.pt/museu-virtual-aristides-de-sousa-mendes=s25139#ixzz1RF7R2l2y

A língua portuguesa


Nossa Língua portuguesa: imaginem explicar isto para um estrangeiro...


Pergunta: Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão: No frigir dos ovos?

Resposta:
Quando comecei, pensava que escrever sobre comida, seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos.
Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa.
E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.
Contudo, é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal, não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.
Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas, como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.
Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.
O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha não. O pepino é só seu e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco…
A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.
Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda...
(Autor: Guaraci Neves)

4 de julho de 2011

Do Agostinho em torno do Pessoa

Poema único de Bernardo Soares

Vida foi gratuita e pobre
quando se apanhava fruta
ou se catavam raízes
ou tola caía fruta

depois a pagou bem caro
escravo ou funcionário
nem tempo para pensar
porquê tão triste fadário

mas outro tempo virá
de vida gratuita e boa
para comer regalado
e ler Fernando Pessoa.


(recolhido de SILVA, Agostinho da. Do Agostinho em torno do Pessoa. Lisboa: Ulmeiro, 1997, p. 15.)

3 de julho de 2011

CARITAS

INCA - URGENTE - Instituto Nacional do Câncer

Quem tiver contatos no Rio de Janeiro, por favor, retransmitir a mensagem. É importante.
O INCA - Instituto Nacional do Câncer - fica na Praça da Cruz Vermelha - 23, no Centro do Rio).

O Instituto Nacional do Câncer - INCA - está precisando urgentemente de doadores de sangue.
O banco de sangue está quase vazio e o Hospital enfrenta dificuldades, até para marcar cirurgias, muitas vezes, precisando recorrer a outros bancos de sangue da cidade que, também, passam pela mesma dificuldade: falta de doadores.
A transfusão de sangue para pessoas com câncer é muito importante.
Sem ela, muitos pacientes não conseguiriam sobreviver aos tratamentos que envolvem drogas pesadas.
Para doar, basta chegar na portaria do Hospital com sua carteira de identidade ou qualquer documento similar, apresentando-se como doador.

NÃO vá em jejum, alimente-se de coisas leves e não gordurosas (evite derivados de leite), evite o álcool por pelo menos 12 horas.
Você deve estar em boas condições de saúde, ter entre 18 e 60 anos e pesar 50kg ou mais.
É uma causa importante, todos podem colaborar de alguma maneira.
ENDEREÇOS - RJ:

RIO DE JANEIRO

Hospital Universitário Graffree e Guinle
Rua Mariz e Barros, 775 -Tijuca - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22290-240
Hospital Mário Kroeff - Associação Brasileira de Assistência ao Câncer Rua Magé, nº326 - Penha Circular - Rio de Janeiro-RJ
CEP 21020-130
Instituto Nacional de Câncer - INCA - Hospital do Câncer I
Pça. Cruz Vermelha, 23 - Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20230-130


Instituto Nacional de Câncer - INCA - Hospital do Câncer II
Rua Equador, 831 - Santo Cristo - Rio de Janeiro-RJ
CEP 20220-410

Instituto Nacional de Câncer - INCA - Hospital do Câncer III
Rua Visconde de Sta. Isabel, 274 - Vila Isabel -Rio de Janeiro-RJ
CEP 20560-120

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho-UFRJ
Avenida Brigadeiro Trompowski, s/n - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro–RJ
CEP 21949-900

Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ
Avenida 28 de setembro, 77 - Vila Isabel - Rio de Janeiro-RJ
CEP 20555-030

Instituto de Hematologia do RJ - Hospital de Hematologia - HEMORIO
Rua Frei Caneca, 8 - Centro - Rio de Janeiro-RJ
CEP 20211-030


Volta Redonda
Radiclin
Rua 26, nº3 - Vila Santa Cecília - Volta Redonda-RJ
CEP 27260-270
RIO DE JANEIRO

Campos
Hospital Geral Dr. Beda - Instituto de Medicina Nuclear e Endocrinologia LTDA.
Rua Conselheiro Otaviano, 129 - Centro - Campos-RJ
CEP 28010-272

Clínica Santa Maria Ltda.
Rua Conselheiro Otaviano, 195 - Centro - Campos-RJ
CEP 28010-140

Niterói
Hospital Universitário Antonio Pedro - UFF
Rua Marques do Paraná, 303 - Centro - Niterói-RJ
CEP 24030-210

Nova Iguaçu
Hospital Universitário de Nova Iguaçu
Avenida União, 673 - Nova Iguaçu–RJ
Instituto Oncológico Ltda.
Rua Dr. Barros Junior, 1135 - Nova Iguaçu-RJ
CEP 26215-070

2 de julho de 2011

Fernando Pessoa também escreveu argumentos de cinema

De Lisboa, Jorge da Paz Rodrigues informa novidades sobre Fernando Pessoa



Sob o rótulo Film Arguments, Fernando Pessoa deixou escritos e datilografados argumentos cinematográficos em três línguas que só agora serão publicados em Portugal, bem como planos para criar uma produtora de cinema, a Ecce Film, e o respectivo logótipo.
Com edição, introdução e tradução de Patrício Ferrari e Claudia J. Fischer, todos esses textos de Pessoa directamente relacionados com cinema, inéditos em Portugal, foram pela primeira vez reunidos num volume intitulado “Argumentos para Filmes”, que chega a 08 de Julho às livrarias, no âmbito da colecção “Obras de Fernando Pessoa”, coordenada por Jerónimo Pizarro e publicada pela Ática, chancela da Babel.
Aí se podem encontrar seis argumentos cinematográficos incompletos da autoria de Fernando Pessoa, “quase certamente escritos ainda na época do cinema mudo”, indicam os autores da obra no prefácio.
Quatro dos argumentos, “todos datáveis da década de 1920”, foram escritos em inglês – um deles com diálogos em português –, com indicações como “Nota para um ‘thriller’ disparatado. Ou para um filme” ou “Meio plano para peça ou filme.”
Os outros dois, “de data posterior a 1917” e redigidos em francês, já foram publicados, sim, mas apenas em França, em 2007, num pequeno opúsculo da Pléiade, juntamente com a tradução francesa de dois dos argumentos ingleses, e terão agora a respectiva tradução em português.
À Lusa, Claudia J. Fischer, professora e investigadora do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, disse que embora tais argumentos cinematográficos não tenham até agora sido transcritos e traduzidos para português, presume que “já houvesse há algum tempo conhecimento da sua existência no espólio” de Fernando Pessoa (1888-1935).
“É espantoso” que tais textos não tenham ainda sido divulgados em Portugal, tendo em conta o grande número de estudiosos da obra do poeta que já teve acesso à sua famosa arca de papéis, observou a co-autora deste livro, acrescentando que “além destes, há ainda outros textos que nunca foram publicados, contrariamente à ideia que existe de que tudo do Fernando Pessoa já está publicado”.
“Provavelmente, nunca foram levados muito a sério, porque são fragmentados, não são muito completos. Nunca chegou, ele próprio, a avançar com uma proposta de publicação, porque não teriam ainda a sua forma definitiva. Penso que será por isso”, sustentou.
O que Claudia J. Fischer e Patricio Ferrari acharam “particularmente fascinante” nestes argumentos ou planos para argumentos de filmes foi o facto de eles refutarem a tese de que Fernando Pessoa não se interessava por cinema, uma tese que até agora vigorava e era defendida em várias obras, incluindo o “Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português”, um volume publicado em 2008, com quase 600 artigos da autoria de 90 especialistas portugueses e estrangeiros, centrado na obra do poeta e nos traços culturais do seu tempo.
Essa tese tinha como fundamento excertos de alguns poemas de Álvaro de Campos, textos e correspondência de Pessoa em que este expressava uma quase aversão à sétima arte e que estão também incluídos neste livro “Argumentos para Filmes”, para melhor se entender o que afinal pensava o poeta sobre o cinema.
Nesses textos, “há várias referências ao cinema, muitas em tom um pouco depreciativo, mas porque está a referir-se ao cinema hollywoodiano, que considerava superficial – ou seja, há realmente um tratamento do tema do cinema, mas de um ponto de vista crítico”, apontou a investigadora.
Porém, como Pessoa “tinha a preocupação de ‘Fazer pela Vida’ – para citar o título do livro que Mega Ferreira escreveu sobre ele, em que ele apresenta vários projectos, patentes de máquinas, etc. –, como tinha a preocupação de rentabilizar algum produto seu, nós pensamos que estes argumentos, especialmente os ingleses, provavelmente tinham o intuito de ser comercializados no mercado anglófono – e não no português – e por isso é que estão em inglês”, referiu.
“São ‘thrillers’, às vezes lembram um bocadinho comédias de costumes, são sempre brincadeiras em torno de trocas de identidade, o que é muito interessante também para uma poética do Pessoa, toda a questão da identidade está muito iminente. São textos fragmentários, curtinhos, mas podem completar imensamente uma imagem do perfil que tem sido construído de Fernando Pessoa”, defendeu.
Outro dos capítulos do livro é dedicado aos projectos do poeta relacionados com o cinema: em 1919/1920, queria criar uma empresa que se chamaria Cosmopolis e, mais tarde, o Grémio de Cultura Portuguesa, “que eram uma espécie de agências de propaganda nacional” – explicou a professora universitária –, cuja acção passaria necessariamente pelo cinema, que Pessoa descreveu, nos seus planos, como “uma das maiores armas de propaganda que se pode imaginar” e que pretendia usar “para divulgar Portugal no mundo”.
É no âmbito destes dois projectos que tem a ideia – “que passou muito despercebida” – de criar uma produtora cinematográfica, a Ecce Film, sublinhou.
“O logótipo, completamente inédito, que nós reproduzimos no livro é invenção do Fernando Pessoa, incluindo o aspecto gráfico. Ele ensaiou vários logótipos para esta Ecce Film e imaginou já o papel timbrado e os envelopes com uma morada – que nós desconhecíamos se existia e que fomos procurar”, descreveu.
A morada era ‘Rua de S. Bento, números 333 e 335’ e os dois investigadores descobriram que aí existira um estúdio de cinema que era utilizado por importantes produtoras de filmes da época.
O que se conclui, frisou Claudia J. Fischer, e é essa a grande novidade deste livro, é que “Fernando Pessoa estava a par do que se passava no sector cinematográfico em Lisboa, interessava-se por isso e chegou mesmo a projectar qualquer actividade sua ligada ao cinema, fosse produção ou fosse divulgação”.
Fontes:
http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=23104
e
"http://comunidade.sol.pt/blogs/olindagil/default.aspx"

Informe da CAS

Falece, hoje, a 2 de julho, Itamar Franco que assumiu a Presidência da República em 1992, após impeachment de Collor. Itamar Franco foi um dos promotores da CPLP junto com o amigo mineiro José Aparecido de Oliveira, ex-Embaixador do Brasil em Lisboa.

poétiCAS

José Lourenço
1 de julho de 2011 12:04

Aqui reside o sentido mais apurado da civilização que nós humanos buscamos;

"Por este rio acima
isto que é de uns
Também é de outros
Não é mais nem menos
Nascidos foram todos
Do suor da fêmea
Do calor do macho
Aquilo que uns tratam
Não hão-de tratar
Outros de outra coisa
Pois o que vende o fresco
Não vende o salgado
Nem também o seco
Na terra em harmonia
Perfeita e suave
das margens do rio
Por este rio acima:
intemporal, até ao dia que se saiba que isto que é de uns, também é de outros ...

CAS em convergência lusitânia

Tereza Salgueiro "Por este Rio acima" MATRIZ com Lusitânia Ensemble
Música e Letra: Fausto Bordalo Dias Arranjo, Jorge Varrecoso Gonçalves







A irreverência do Maestro Jorge Antunes no cenário polítco de Brasília

O DVD com a minha ópera de rua Auto do Pesadelo de Dom Bosco, em sua primeira versão de 2010, ficou com qualidade excepcional. Ele foi gravado em 12 de março do ano passado no câmpus da Universidade de Brasília.
Em 29 de maio último foi filmada, com 4 câmeras, a apresentação da nova versão na cidade de Planaltina, DF. Nessa nova versão são acrescentados dois novos personagens. O trabalho de edição e legendagem desse novo vídeo está sendo realizado. Estará pronto em agosto, quando o divulgarei.
Para mostrar minha produção musical e minhas ideias tenho pirateado a mim mesmo. Assim, alegro-me quando outros piratas se apossam do meu trabalho para difundí-lo.
Como aperitivo do novo vídeo profissional que vem por aí, divulgo aqui cenas de filmagem amadorística que descobri na internet.
O blog Gamalivre colocou no Youtube algumas cenas da ópera de rua, filmadas na apresentação de 5 de junho de 2011, no Gama.

Ária do réu
Reverendo Junior Embromelli (Timm Martins, barítono)
http://www.youtube.com/watch?v=5AhHujjv6vY&feature=related

Ária da ré
Bruxa Ouvides Grito (Karina Martins, soprano)
http://www.youtube.com/watch?v=uLpguineoh4&feature=player_embedded#at=15

Ária do réu
Reverendo Benedictus Dormindo (Felipe Delfino, barítono)
http://www.youtube.com/watch?v=5Xw2jLVuQSk&NR=1

Ária do réu
Vassalo O Vilão Aires (Gabriel Estrela, tenor)
http://www.youtube.com/watch?v=omnGCfHAjc8&NR=1

Duo em órganum da Princesa-Vampira Jaqueladra Horroriz (Natasha Salles, soprano)
e do Pajem Mano-a-Mano El Neto (Jorge Bruno, barítono)
http://www.youtube.com/watch?v=xMOjdlH7qCo&NR=1

Ária do réu
Vassalo Rogê Rolices (Reuler Ferreira, tenor)
http://www.youtube.com/watch?v=I_bqriLuLUU&feature=related

Ária do Veredito Final do Juiz Voxprópolis (baixo-barítono Hugo Lemos)
http://www.youtube.com/watch?v=ptPBNSDJ6vk&NR=1

Conceição Silva, 93 anos

(Correio Braziliense/Brasília, sexta-feira, 1º de julho de 2011. Cidades. 23)
Divulgação: Luiz Filipe Barcelos (neto do professor Conceição Silva)

CAS cultural - Ieda Vilas-Bôas

Com imenso orgulho, a CASA AGOSTINHO DA SILVA compartilha com os amigos da CAS que a professora Ieda Vilas-Bôas estará apresentando, de 19 a 27 de julho, trabalho em Huancayo-Perú com o título de:


TEMPO DE LER - A LEITURA DA LITERATURA NA ESCOLA



Neste Congresso, a estudiosa e pesquisadora da obra de Cora Coralina receberá o Título de Cidadã Honrosa de Huancayo-Peru

1 de julho de 2011

Homenagem da UnB ao Professor Conceição Silva

A CASA AGOSTINHO DA SILVA, desde sua constituição, tem como prioridade fazer constante a divulgação e o resgate da memória cultural e intelectual de personalidades lusófonas que chegaram à UnB no período de sua criação. Os intelectuais que estiveram em Brasília ofereceram a essa instituição de ensino superior feição inovadora no que tange até mesmo à transformação das mentalidades intelectuais brasileiras.

A homenagem justa da UnB ao professor Conceição Silva é uma mostra de que ainda é possível dizer: a Universidade de Brasília nasceu para ser a melhor das universidades brasileiras porque em seu quadro inicial de professores e diretores foi formado por intelectuais da estirpe de um Agostinho da Silva, Eudoro de Sousa, Ciro dos Anjos, Darcy Ribeiro, Santiago Naud, José Leite Lopes e José Luís Poças Leitão Conceição Silva. É o professor Conceição Silva presidente honorário da Casa Agostinho da Silva.

HOMENAGEM/UnB - 30/06/2011



Pioneiro do extinto Centro Brasileiro de Estudos Portugueses da UnB, o docente lusitano dedicou a vida à justiça social no campo e à integração entre Brasil e Portugal

João Campos - Da Secretaria de Comunicação da UnB




A luta de José Luís Poças Leitão Conceição e Silva por justiça social no campo e pela integração entre Brasil e Portugal chegou ao fim na manhã da última terça-feira, 28 de junho. Pioneiro do extinto Centro Brasileiro de Estudos Portugueses (CBEP) da UnB, o professor Conceição morreu aos 93 anos em Brasília, cidade que adotou como lar há mais de 40 anos, quando deixou sua terra natal. Ele estava internado desde a última sexta-feira em consequência de complicações pulmonares.
A chegada do docente lusitano ao Brasil ocorreu em 16 de maio de 1967. Naquele dia, Conceição desembarcou em Brasília com mais seis familiares: esposa, quatro filhos menores de idade e o sogro. A vinda para o país sul americano surgiu do convite do filósofo lusitano Agostinho da Silva, fundador do CBEP da UnB. Logo que chegou à capital, Conceição assumiu a direção-executiva do antigo centro.
Professor pioneiro da UnB, José Santiago Naud lembra que a vinda do amigo foi um presente para a universidade. “Ele saiu de Portugal na época do regime autoritário de Salazar, que não deixou espaços para o pensamento libertário”, conta. “Ao lado de Agostinho e Eudoro (de Sousa), Conceição nos presenteou com uma interpretação única da arte portuguesa durante o Renascentismo”, completa.



Arquivo pessoal Professor Conceição com os quatro filhos, nos primeiros anos de Brasília


A passagem pela UnB teve um intervalo em 1972, com a demissão por motivos políticos e ideológicos. Influenciado pelo pensamento Marxista, Conceição teve uma história de dedicação à emancipação rural em Portugal e no Brasil. Em 1989, por recomendação do reitor Cristovam Buarque, ele entrou com um processo de reintegração à universidade com base na anistia concedida na Constituição de 1988.
Um dos trabalhos mais conhecidos do professor é a interpretação dos painéis de Nuno Gonçalves, pintor lusitano do século XV, publicados no livro Os Painéis de Dom Afonso V e o Futuro do Brasil. Mas o professor Conceição não se dedicou apenas à escrita. Conhecido pela versatilidade, ele também atuou como matemático, violinista, tenista, entre outras atividades. “Era um militante de diversas áreas”, conta Santiago.



ÚLTIMA ENTREVISTA – A UnB Agência fez a última entrevista concedida por Conceição. Em meados de abril deste ano, ele recebeu repórter e fotógrafo na sala do apartamento onde viveu com a esposa, Dona Celestina, na Asa Norte. Ali, com a ajuda da companheira, o docente relatou episódios que marcaram sua rica trajetória dentro e fora do país, como o que inspirou a música Refazenda, de Gilberto Gil.
Na ausência do trabalho acadêmico após a demissão da UnB, Conceição e os amigos Roberto Pinho e Luiz Pontual decidiram comprar uma fazenda próximo à Luziânia (GO) para a produção de alimentos e pesquisas tecnológicas: a Fazenda Guariroba. “Lá tinham duas casas onde ficavam os trabalhadores da propriedade e uma exuberante área verde espalhada pelos seus 1.300 hectares”, contou Conceição.
A fartura de Guariroba – palmeira nativa do Cerrado – era uma das marcas da propriedade. “Era uma área muito bonita e agradável”, ressaltou Conceição. Amigo de Roberto Pinho, o cantor Gilberto Gil fez uma visita à propriedade em meados da década de 1970. “Ele ficou impressionado com a beleza do lugar e com a proposta alternativa que tínhamos", lembrou Conceição. Com o violão a tiracolo, o músico acabou compondo os versos de Refazenda durante a visita:

“(...) Refazendo tudo;
Refazenda;
Refazenda toda;
Guariroba (...)”.

Assim como a propriedade de Conceição e companhia deixou saudades no compositor baiano, a morte do professor conhecido pelos poucos sorrisos, mas pela imensa capacidade de se relacionar deixou saudades nos familiares, amigos e admiradores. “Conceição nunca vai morrer. Para a felicidade de todos, seu pensamento ficará para sempre”, conclui o professor e amigo José Santiago Naud.

(UnB Agência)