21 de fevereiro de 2016

O Globalismo do Pensamento jesuíta expressa-se na Utopia do 5° Império – O Marquês de Pombal com a Maçonaria organiza uma Guerra de Morte contra os Jesuítas


A qualidade da pedagogia jesuítica foi marcante nos países da lusofonia. No livro “Gangorra ou História triste” pode constatar-se bem o método jesuítico de educação num episódio descrito por um jesuíta (1)num parágrafo que trata das relações entre espanhóis e índios: Um jesuíta que assistia a um índio maltratado mortalmente pelos espanhóis perguntou ao índio: -“Você prefere ser salvo e ir para o céu, ou recusa a salvação para ir ao inferno?” A essa questão de resposta aparentemente óbvia… o moribundo vermelho responde com outra pergunta: -“existem espanhóis no céu?”. –“Sim, certamente” – responde o jesuíta. –“Para o Inferno”, responde o Índio. O índio colocado numa perspectiva de céu e de inferno não encontrava razões para convicções e deste modo o jesuíta com o seu método coloquial aproveitava para condenar, indirectamente, a governação espanhola. A pergunta abre a possibilidade de alargar o leque de perspectivas e de entrar em relação alargada.
Os Jesuitas nos seus colégios da América do Sul e da Ásia seguiam no ensino superior o modelo de ensino da Universidade de Coimbra e de Évora preferindo o modus parisiensis ao modus italicus: o ensino era gratuito, no secundário estudava-se Gramática, Humanidades e retórica e no Ensino Superior: Artes, Ciências, Dialética, Filosofia e Teologia (2)
Os jesuítas despertavam a desconfiança dos governantes devido à influência política e educativa que tinham e, por, nas colónias, se colocarem ao lado dos indígenas (criticando os colonos). Com o seu relativismo na argumentação, questionador do argumento de autoridade, também frustravam o espírito absolutista dos poderosos da europa; por outro lado tinham demasiado poder causando sombra ao poder laico que se procurava afirmar e institucionalizar contra a influência do poder religioso.
O enciclopedismo e o iluminismo eram de tendências anticatólicas e anti-jesuítas atendendo também a que estes eram os críticos mais sistemáticos do protestantismo. A Reforma religiosa e as guerras de religião levam os Jesuítas a centrarem-se no essencial. Surgidos do espírito da Reforma da Igreja Católica, apostavam na educação para fomentar uma consciência humana não limitada ao religioso nem à ideologia, (Interessante que já o Padre Manuel da Nóbrega queria, no Brasil, incluir escolas para meninas no ensino, mas a Coroa não estava à altura de permitir tal exigência); entendiam-se como pioneiros da utopia na realização da civilização cristã. Tinham um ensino orientado para elites e para cargos do poder. Praticavam a inclusão de culturas, de camadas sociais e de disciplinas… como processo de aprendizagem competitiva tinham exames e debates públicos (3).
Pombal acusava a atuação dos jesuítas com os indígenas do Brasil; segundo ele, os homens brancos eram apresentados aos índios como maus, como mais interessados no ouro do que qualquer coisa e, mais grave, prontos para atrocidades” (4).
 A maçonaria, na sua qualidade de iluminismo esotérico, e de organização secreta que considera o próprio preconceito acima de outros preconceitos institucionais, estrutura-se infiltrando-se nas estruturas do Estado e Universidades, procurando controlar as elites, para, deste modo, direccionar os destinos das nações. A maçonaria ganha expressão concreta no déspota iluminado, o Marquês de Pombal. Este aliado à sua família e correligionários difama os jesuítas, persegue-os, nacionaliza os seus bens e expulsa-os do império lusitano, declarando-os como "ímpios e sediciosos"; conseguiu que a inquisição os perseguisse e expulsou-os de Portugal; no ano da sua expulsão (1759) a ordem jesuíta tinha 1698 membros em Portugal. “Em meados do século XVIII os colégios da Companhia de Jesus tinham, no reino, cerca de vinte mil alunos, numa população estimada em três milhões de habitantes… No Brasil, a primeira universidade criada é o Colégio dos Jesuítas da Bahia em 1550. Esta formou o ilustre António Vieira (ideia do 5° império). 
A luta maçónica contra a Companhia de Jesus é tão fundamentalista e cruel que só pode ser compreendida na rivalidade dos maçons que queriam conquistar as elites para si seguindo assim uma estratégia elitista de ocupação dos centros de elite em nível de instituições e de ocupação de lugares estratégicos da política. O que a maçonaria e o anticlericalismo pretendiam era aniquilar os jesuítas e o poder da Igreja Católica para os substituírem na influência; o que em parte conseguiram através de um republicanismo jacobino ainda hoje a actuar nas caves da República portuguesa e nos centros de deliberação da UE. A batalha decisiva de Pombal e correligionários era minar o mito de um Portugal ponta de lança da Europa cristã e instituir nas estruturas do estado e nas subestruturas dos partidos uma rede de irmãos da mesma ideologia que atravessa as instituições…
Também o ilustre jesuíta Teilhard de Chardin se refere ao conflito entre secularismo e religião, ente materialismo e espiritualismo: "Aparentemente, a Terra Moderna nasceu de um movimento anti-religioso. O Homem bastando-se a si mesmo. A Razão substituindo-se à Crença. Nossa geração e as duas precedentes quase só ouviram falar de conflito entre Fé e Ciência. A tal ponto que pôde parecer, a certa altura, que esta era decididamente chamada a tomar o lugar daquela. Ora, na medida em que a tensão se prolonga, é visivelmente sob uma forma muito diferente de equilíbrio – não eliminação, nem dualidade, mas síntese – que parece haver de se resolver o conflito (5)."
Na pergunta à pergunta relativiza-se a primeira e com a sequência pretende chegar-se à percepção do mistério e ao ser do Homem como processo aberto e à procura numa tentativa de solucionar problemas mediante perguntas e respostas. A Ratio Studiorum dos Jesuitas (1599) incluía a Contenda (debate) que levava à concentração no essencial (6).
Longe dos centros europeus do poder, na América do Sul e no Oriente, a pedagogia e o sistema de argumentação Jesuíta revelaram-se muito profícuos.

No Sermão da Sexagésima, o jesuíta António Vieira expôs o método do discurso: 1. Definir a matéria. 2. Reparti-la. 3. Confirmá-la com a Escritura. 4. Confirmá-la com a razão. 5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários". 6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar. (por António Justo, Pedagogo e Teólogo)

Diverso e Uno

   

Por Maurícia Teles da Silva
Para Agostinho da Silva
13 de Fevereiro, no 110º re-nascimento

Do tempo histórico a etapa
no verbo eterno presente
o espaço que nos escapa
tendo o agora por ausente

Diverso e integro Saber
de intrépido ousar
no que sustenta o Ser
autêntico no porfiar

em seu intento livre
e mais ainda no criar
a memória que vive
Obra de acreditar

que o tempo é só instante
a construir-se disperso
uno permanecer
mistério do Universo

de ínvio a claro caminho
humanamente se faça
grato Servir d'Agostinho

em Espírito renasça

14 de fevereiro de 2016

COLÓQUIO INTERNACIONAL

 
Agostinho da Silva:
Pensador Universal
do Tempo Presente


16 e 17 de Fevereiro 2016


Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Anfiteatro III


Entrada livre



Org: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa

Apoios: 

Associação Agostinho da Silva
Círculo do Entre-Ser
FLUL
FCT
                                                                                    
PROGRAMA
                                                                                       www.coloquioagostinhodasilva.wordpress.com
Iº DIA – 16 DE FEVEREIRO
09h30 – Abertura do Colóquio, por Paulo Borges e Miguel Real
09h45 – Sessão 1 (Espiritualidade e Religião I) Moderação: Fabrizio Boscaglia
09h45 – Luís Santos, O pensamento ecuménico de Agostinho da Silva
10h05 – Manuele Masini, A Idade do Espírito: uma leitura de Agostinho da Silva à luz de Gioacchino da Fiore
10h25 – Annabela Rita, “No espelho d’água da vida” (evocação)
10h45 Debate
11h15 – Intervalo
11h30 – Sessão 2 (Do Passado ao Futuro) Moderação: Paulo Borges
11h30 – Adelina Andrês, A Humanidade de Agostinho, um Presente que Passado e Futuro oferecem para desfrutar
11h50 – Carlos Carranca, Agostinho – um ponto de vista
12h10 – José Eduardo Reis, Agostinho da Silva e a tomada de consciência do alimento: convergências com posições doutrinais de Amílcar de Sousa, presidente da Sociedade Vegetariana do Porto do primeiro quartel do século XX, e com a dimensão ética dos “food studies”
12h30 – João Rodil, Cumprir Agostinho
12h50 – Debate
13h20 – Almoço livre
14h45 – Sessão 3 (Educação e Criatividade) Moderação: Giancarlo de Aguiar
14h45 – Amândio Silva, Agostinho e a Universidade
15h05 – Maurícia Teles, Liberdade, Amor e Criatividade em Agostinho da Silva
15h25 – Risoleta P. Pedro, O fingimento poético em Agostinho da Silva – máscara, ficção e verosimilhança
15h45 – Maria Eduarda Faria Rosa, Análise da novela “Macaco-Prego”
16h05 – Debate
16h35 – Intervalo
16h50 – Sessão 4 (Espiritualidade e Religião II) Moderação: Dirk-Michael Hennrich
16h50 – Fabrizio Boscaglia, Agostinho da Silva e o Islão
17h10 – Pedro Martins, Agostinho da Silva, o marrano do Divino
17h30 – Paulo Borges, Espírito Santo, Zen e o novo paradigma da consciência em Agostinho da Silva
17h50 – Debate
18h20 – Intervalo
18h35 – José Adelino Maltez, Agostinho. Da aldeia à república universal (Moderação: Paulo Borges)
19h05 – Encerramento do Iº dia
 IIº DIA – 17 DE FEVEREIRO
9h30 – Sessão 5 (Filosofia e Pensamento I) Moderação: Dirk-Michael Hennrich
9h30 – Carlos Silva [lido por Paulo Borges], Efeméride do pensar (e não Agostinho da Silva efémero) – Uma cisma cartesiana
9h50 – Sofia A. Carvalho, O terrível mistério de Diotima: considerações sobre ascese e imaginação em Agostinho da Silva e Friedrich Hölderlin
10h10 – Maria Celeste Natário e Maria Luísa Malato, Conversa com Diotima: Do Estrangeiro em Agostinho ao Estrangeiro em Albert Camus
10h30 – Rui Lopo e Felipe Delfim Santos, Agostinho da Silva e Delfim Santos: uma correspondência cultural e filosófica
10h50 – Debate
11h20 – Intervalo
11h35 – Sessão 6 (Espiritualidade e Religião III) Moderação: Giancarlo de Aguiar
11h35 – Pedro Teixeira da Mota, Agostinho da Silva e a Tradição Espiritual Portuguesa
11h55 – José Manuel Anacleto, Agostinho da Silva e a liberdade radical
12h15 – Manuel Gandra, A Terceira Revelação
12h35 – Debate
13h05 – Almoço livre
14h30 – Sessão 7 (Lusofonia e Brasil) Moderação: Fabrizio Boscaglia
14h30 – Giancarlo de Aguiar, A Cultura Indígena do Brasil nos ensaios de Agostinho da Silva
14h50 – Dirk-Michael Hennrich, Reflexão à margem da ‘Teoria do Brasil’ : Um meio século depois
15h10 – Renato Epifânio, Em diálogo com Agostinho da Silva: repensar a Lusofonia no século XXI
15h30 – Debate
16h00 – Intervalo
16h15 – Sessão 8 (Filosofia e Pensamento II) Moderação: Paulo Borges
16h15 – Pedro Vistas, “Antes teor que teorema”: do amor pela sabedoria à Sabedoria do Amor
16h35 – Miguel Real, Agostinho da Silva e o Providencialismo Português do Século XX
16h55 – António Braz Teixeira, Para uma visão de conjunto do pensamento filosófico de Agostinho da Silva
17h15 – Debate
17h45 – Intervalo
18h00 – Miguel Real, Apresentação do livro Agostinho da Silva. Uma Antologia (org. Paulo Borges), 2ª edição (Moderação: Fabrizio Boscaglia)
18h20 – Conferência de Encerramento: Eduardo Lourenço, Filosofia e Profetismo (Moderação: Paulo Borges) [por confirmar]

 

IV Ciclo de Tertúlias Em torno de Agostinho da Silva 
na Casa Bocage, Setúbal

 

19 de Março, sábado, 16.00h 
 

Palestra e Apresentação da obra
Agostinho da Silva: Filosofia e Espiritualidade, Educação e Pedagogia, por

                                                                                                   Luís Carlos dos Santos
O livro será apresentado por Paulo Borges



9 de Abril, sábado,16.00h


Palestra: "Os Agostinhos da Silva", por Rui Lopo
 

"Da Filosofia Lusófona à Importância das Diásporas para a Lusofonia": apresentação dos números 16 e 17 da NOVA ÁGUIA: Revista de Cultura para o século XXI, por Renato Epifânio

 

Pela voz de George Agostinho Baptista da Silva

  

                                              Me fiz gente se é que sou
                                              em Barca d'Alva do Douro
                                              para cima tudo celta
                                              para baixo tudo mouro

 

                                              o pior é que Alentejo
                                              e Algarve tendo nas veias
                                              como vou eu libertar-me
                                              de tão apertadas teias


                                              decerto não escapava
                                              se fosse intelectual
                                              como esses que tem havido
                                              mais simples que Portugal 


                                              quem não for um mais o outro
                                              mesmo que em contradição
                                              será vencido da vida
                                              lhe desfeito o coração

                                              menos nadar que boiar
                                              é que é a sabedoria
                                              deixe a vida demonstrar
                                              que é a verdadeira guia

                                              e que é só ela quem sabe
                                              o bom rumo da nação
                                              e o porto a que vai chegar
                                              quer ela queira quer não.                                          
                                                                                           Uns Poemas de Agostinho, Ulmeiro, 1989

6 de fevereiro de 2016

"El País"

Havia em Galiza, em Ponte Vedra, um jornal diário chamado "El País" (1932-36) e era republicano...



Enviado por Isabel Rei