13 de fevereiro de 2015

Notícia da Agência Lusa sobre o 109º aniversário de Agostinho da Silva


"O Estranhíssimo Colosso" é o título da primeira biografia sobre 
Agostinho da Silva, 
da autoria de António Cândido Franco, e vai ser apresentada 
sexta-feira, dia 13, 
quando passam 109 anos sobre o nascimento do filósofo, 
no Porto.
Para assinalar a data do nascimento do portuense Agostinho da Silva,
que defendeu a
Lusofonia e a criação de um passaporte lusófono, o escritor e professor
de Literatura Portuguesa 
na Universidade de Évora, António Cândido Franco, apresenta
"O Estranhíssimo Colosso", 
em Lisboa, na Livraria Bertrand Picoas Plaza, com o apoio da
Associação Agostinho da Silva.
Editada pela Quetzal, é "a primeira biografia que se faz sobre
este pensador português", disse 
hoje à Lusa Renato Epifânio, da Associação Agostinho da Silva,
especialista e investigador da
obra do filósofo.  Segundo Renato Epifânio, havia alguns períodos 
da vida de Agostinho da Silva 
que se podiam considerar "buracos negros", designadamente 
quando andou pelo Uruguai e 
pela Argentina, fases da vida do pensador português que dificultavam 
o trabalho aos biógrafos.
António Cândido Franco, que conheceu pessoalmente
Agostinho da Silva, debruçou-se 
"a fundo" sobre a biografia do filósofo, durante três anos.
As duas últimas frases da obra "O Estranhíssimo Colosso" são:
"Tenho os braços desfeitos. 
Escrever uma biografia de Agostinho da Silva é andar com
o mundo ao colo".
George Agostinho Baptista da Silva nasceu a 13 de fevereiro de 1906,
na travessa 
Barão de Nova Sintra, freguesia do Bonfim, no Porto, numa família
da pequena burguesia 
originária do sul do país. Frequentou Filologia Clássica na
Faculdade de Letras da 
Universidade do Porto e concluiu a licenciatura com 20 valores.
Morreu há 20 anos, com 88 anos, a 03 de abril de 1994, em Lisboa, 
no Hospital de São Francisco Xavier.
Professor particular de Mário Soares, na juventude do
ex-Presidente da República, 
visita assídua da casa do ex-ministro da Justiça Laborinho Lúcio,
admirado pelo ensaísta 
Eduardo Lourenço, Agostinho da Silva foi "corrido do ensino",
em Portugal, 
em plena ditadura do Estado Novo, quando se negou a assinar
um documento 
de compromisso a não pertencer à maçonaria. Optou então
pelo exílio, na década de 1930, 
em Madrid, até à eclosão da Guerra Civil de Espanha e, depois,
na América do Sul, a partir 
de meados dos anos 40.
Agostinho da Silva viveu no Uruguai, em 1945, onde lecionou
História e Filosofia em escolas
livres de Montevideu, viveu também na Argentina, em 1946,
onde organizou os 
cursos de Pedagogia Moderna para a Escola de Estudos
Superiores de Buenos Aires e 
fixou-se no Rio de Janeiro, Brasil, entre 1948 e 1952, país
onde fundou várias universidades.
Liberdade era algo que o filósofo portuense entendia como
algo inerente ao próprio 
homem e, por isso, afirmava que a sociedade não tinha
mais nada que fazer se não 
"proporcionar as condições para que essa liberdade pudesse
ser exercida", disse à Lusa 
a responsável pelo Departamento de Filosofia da
 Faculdade de Letras da Universidade do 
Porto, Celeste Natário.
Para Agostinho da Silva, o trabalho não deve ser entendido
como algo que torna a nossa 
vida difícil, mas como algo que devemos fazer com prazer.
Há cerca de 50 anos, Agostinho da Silva falava dos meios
de comunicação e das novas 
tecnologias como uma forma positiva de libertar o homem
de trabalhos menos interessantes 
e esse trabalho passaria a ser feito pelas máquinas e os humanos
ficariam, sim, reservados 
a tudo o que tivesse a ver com a criatividade.
As civilizações clássicas foram uma fonte para Agostinho da Silva.
Defendeu uma tese sobre 
"Teixeira de Pascoaes", autor que foi uma referência no seu percurso.
Outro, que estudou e 
muito estimou, foi Fernando Pessoa, que chegou a conhecer em Lisboa.
A apresentação de "O Estranhíssimo Colosso" tem início
pelas 18:30, na Livraria Bertrand 
Picoas Plaza, em Lisboa, com o apoio da
Associação Agostinho da Silva.
Agência Lusa

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