Todo o mundo comemora o Dia do Trabalho. Começo por estranhar a alegria geral por ser um dos dias que não vamos ter que trabalhar. Se o objetivo é louvar o trabalho, todos deveriam trabalhar em dobro neste dia. Portanto, a verdadeira comemoração é pelo ócio. Nos portões de entrada dos principais campos de concentração nazistas havia uma frase construída com letras grandes: Arbeit Macht Frei (O Trabalho Liberta). Liberta quem? Nas origens da civilização ocidental judaico-cristã, que se expandiu por todo o planeta, no Velho Testamento, em Genesis, o trabalho surge como um castigo dado por Deus depois que o homem Adão foi expulso do paraíso. No Novo Testamento, no Sermão da Montanha, Jesus, o Cristo, mostra aos homens o exemplo dos lírios: eles não trabalham nem fiam e se vestem melhor do que Salomão. Com esses exemplos o correto seria criar-se um dia internacional para comemorar o ócio. Até mesmo na origem da palavra trabalho está selado o significado de castigo: tripaliu, em latim, denominava um instrumento romano de tortura; trabalhar significava ser torturado no tripaliu. E quem eram os "tripaliudiados", os trabalhadores? Os escravos e os pobres; os que não podiam pagar impostos. Trabalhar significava perder a liberdade. Eles trabalhavam para que os patrícios, os nobres romanos, ficassem com as atividades culturais e políticas, isto é, com o gozo do ócio. Bem. Passados milhares de anos mudou o que? Criaram-se várias versões do tripaliu: fome crônica, moradia de risco, transporte de gado, tortura na saúde, serviço militar e circo (Tv, Shoppings, Estádios de Futebol - Coliseus modernos). Todos embalados no economês da enrolação: concentração de renda, pib, taxa de câmbio. Com o mais sofisticado dos instrumentos modernos de tortura: uma vara amarrada ao pescoço dos "burros" projetada para além da face, na qual pendura-se uma cenoura que eles jamais alcançarão. Neste 1 de maio refaço o bordão de Getúlio. Em lugar de Trabalhadores do Brasil, Otários do Brasil. Se todos os trabalhadores do mundo tivessem, num estalo, consciência disso, no dia 1 de maio fariam uma greve geral mundial de seis meses. O mundo mudava num instante! (por R. P.)
Um comentário:
Entendo a perspectiva do autor do texto, mas o Dia do Reabalhador ou festa do 1º de Maio tem uma razão de ser histórica que não deve ser omitida.
Na verdade, a atual festa do 1º de Maio teve origem na chamada “Jornada dos Mártires de Chicago”, de 1/5/1886, na qual os trabalhadores americanos se bateram pela redução do horário de trabalho para 8 horas diárias ou 48 semanais. A repressão foi feroz e muitos morreram.
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