14 de julho de 2014

A ALEMANHA GANHOU O CAMPEONATO MUNDIAL


Equipa alemã campeã da solidariedade
António Justo
O jogo (1-0) entre a Alemanha e a Argentina foi um 
desafio de grandes. Fica o exemplo positivo da eficiência 
do trabalho em grupo (um por todos e todos por um) e a 
advertência para as equipas e para as nações: 
Modernamente é imprescindível, saber e competência técnica, 
espírito de equipa, orientadores à altura, para que se evite 
que “equipas”, com grandes capacidades a nível de indivíduos, 
se desorientem e árbitros amadores fomentem jogos 
desagradáveis, em que a brutalidade tenha chance, como 
foi o caso do jogo entre Brasil e Colômbia com a vítima Neymar.
A selecção alemã foi um exemplo de competência e solidariedade. 
Soube ganhar ao valorizar o adversário. Soube ser hóspede 
comprando um terreno e mandando construir um campo d
futebol e um condomínio para habitação, em Porto Seguro, 
contratando pessoas humildes da terra para construí-lo. 
Desde a sua chegada misturou-se com o povo participando na 
sua vida e nas suas festas. Depois do campeonato e de volta à 
Alemanha ofereceu o condomínio em que esteve instalado, 
para ser dedicado ao ensino dos mais necessitados e 
doaram também uma ambulância. Deste modo a festa valeu a
 pena para todos!
No campeonato, por trás dos bastidores houve, certamente, 
muitas coisas que enjoariam o espectador e estragariam a 
festa se fossem publicadas. Como em tudo, onde o ser 
humano entra cheira a próximo! O problema prevalece, 
como de costume: uns celebram a festa e outros 
preparam-na e pagam-na.
A realização do campeonato no Brasil contribuiu um pouco 
também para o grande colosso acordar e organizar manifestações 
cívicas capazes de formularem mais exigências políticas que, 
de outro modo, não seriam colocadas na ordem do dia.
A equipa alemã deu um exemplo de competência, 
humanidade e um grande testemunho de solidariedade; 
a equipa, símbolo da nação, marca presença, sabe estar 
com os ricos e com os pobres, do lado dos vencedores e 
dos vencidos. (Esta deveria ser mais motivo de imitação 
do que de posições e comentários ressentidos, agarrados 
a uma Alemanha do passado impedidores de encarar o presente!)
Talvez o que esteja por trás de uma certa inveja e 
ressentimento de certos resmungões, que ao contrário da 
Alemanha são incapazes de integrar o colectivo no sujeito e 
o sujeito no colectivo.
Vai sendo o tempo de abandonar a consciência da adulação 
dos heróis, ou da demonização dos fracos, para se passar 
à construção de um povo heróico. A equipa alemã não se 
fica pelo herói, pela tribo, pela nação porque procura integrar 
nela não só o mundo mas também os seus arredores.
António da Cunha Duarte Justo


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