Guerra na Europa - Terrorismo do Estado Islâmico pior que o Nazismo
António Justo
Se passarmos em revisão o ano 2014 notaremos que foi
um ano de surpresas e mudança. A guerra também voltou à Europa.
Neste centenário da primeira guerra mundial com 18 milhões de
mortos dá-se início aos vícios do século XX: Kiev, Krim, o inferno da
Síria e do Iraque são o melhor exemplo disso e preparam uma nova
era também na cena política internacional. Países fronteiriços da
Rússia revelam-se como palco para motejo entre a Rússia e o Ocidente.
No Iraque e na Síria instala-se um estado de terror ainda pior que
os de Hitler e de Estaline.Fenómeno novo preocupante e indicativo
da globalização do terrorismo revela-se o facto de os terroristas
islâmicos serem recrutados também das cidades de Estados de
direito como a UE.
A Turquia (membro da nato) torna-se mais islamista e dá cobertura
ao terrorismo sunita na Síria e no Iraque, a que os curdos resistem
com a esperança de a História lhes vir a fazer justiça e lhes
reconhecer posteriormente o direito à sua nacionalidade, ao estado
do Curdistão. (Este será o próximo conflito!). A política internacional
aceita a destruição de um estado antes multicultural como era a Síria,
e em conivência com a facção muçulmana sunita (turca e saudita)
contra a facção xiita (iraniana) aceita dividir a região em território
sunita e xiita deixando também o problema do Curdistão para as
calendas gregas. O ocidente apenas reage mas sem um conceito
integral; a liga árabe não está interessada em consenso. A ONU
reflecte a divisão dos estados e dos interesses.
A Alemanha prefere dedicar-se ao negócio económico e falar
da solidariedade dos outros países europeus no que toca
à distribuição dos refugiados. Entretanto cresce na Alemanha o
desejo de participar mais activamente nas intervenções
militares de conflitos mundiais. Isto significará o acréscimo de
poder também militar não só da Alemanha mas também da Europa.
Em 2014 cria-se a necessidade de intensificar o armamento.
A Alemanha inicia uma nova política e a NATO forma uma nova
tropa de reacção; a polícia e os serviços secretos de informação
preparam-se para piores tempos ao constatar o terrorismo
extra e intra muros. Por isso a Alemanha cala os casos de
espionagem dos EUA na Europa.
O apoio russo aos separatistas do leste da Ucrânia (invasão)
e a sua anexação da ilha krim na Rússia criam uma nova
situação na Europa. A Ucrânia que tinha entregado as armas
nucleares à Rússia em 1994 pensava, com isso, adquirir a
sua independência e integridade territorial. A Rússia
sente-se ferida nos seus interesses fronteiriços com a NATO
e parece encetar um caminho imprevisível.
Sansões contra a Rússia provocaram uma crise económica
na Rússia com consequências negativas também para a economia
ocidental.
Putin considera a queda da União Soviética como “a maior
catástrofe geopolítica do século XX”. Não aceita que as fronteiras
da NATO se tornem as fronteiras da Rússia, o que vai levar a NATO
à corrida às armas. Um caso bicudo de resolver também
devido à falta de entendimento entre os países europeus.
Os EUA espionam os amigos, porque consideram prioritários os
interesses políticos, económicos e de defesa. A crise da UE vai-se
arrastando.
Milhares de refugiados da guerra e da miséria morrem no
mediterrâneo e muitos milhares encontram refúgio entre nós.
A sociedade não se encontra preparada sequer para
reconhecer os perigos e conflitos que ela mesma anda
a chocar. Tem medo de imaginar e analisar cenários
possíveis porque muita da nossa inteligência política foi
formada numa mentalidade polar ou da guerra fria.
Os cristãos tornaram-se nas maiores vítimas da modernidade;
em cada cinco minutos que passam é morto um cristão. Hoje
tornou-se moda atacar os cristãos. Até quando surge um
comentário sobre o terrorismo árabe logo surge uma
resposta desculpante ou desviadora do assunto para canto,
com o argumento de que os cristãos também já perseguiram
com a inquisição ou caça às bruxas. 400 milhões de cristãos
encontram-se ameaçados e 100 milhões sofrem violência
directa (massacres, aprisionamento, marcação das casas onde
vivem cristãos com o nome nazareno, pagamento do imposto de
cabeça – por cristão, como era costume durante a ocupação
muçulmana da Península Ibérica, etc.) . As igrejas do ocidente
não reagem porque se encontram preocupadas com problemas
de umbigo e sob o pensar correcto que domina a imprensa e a
política ocidental.
O Ano 2014 não será para esquecer pelas consequências das
tragédias nele iniciadas ou acentuadas a nível internacional.
Portugal encontra-se ainda em estado de excepção dado
estar submetido a um regime especial de poupança; a
confiança do cidadão na política está de rastos, o combate
à corrupção encontra muita resistência por parte de poderes
enredados e instalados.
2015 não parece prometer muito, resta-nos a esperança.
António da Cunha Duarte Justo
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