4 de maio de 2011

poétiCAS

PÁSSARO AZUL

(autor: Santiago Naud)



Pássaro azul
que me abismou no vórtice,
pássaro azul.

Pássaro azul
que me bicou nos olhos,

pássaro azul.

Pássaro azul
a me alongar a carne.

Venho embalde da minha infância alada
e debalde caminho à infância eterna.
Baralho o vôo e parto o passo e caio
na mágica de luz que me impulsiona.

Às vezes a razão me obscurece
e o desespero meu quebra pinheiros.
Há vezes que sou humano e revelado
e então meu canto silva em cor e vôo.

Então te escuto,
pássaro azul,
luar grifando o sangue,
coração balançando entre moscardos,
prognata mulher me dando um beijo.

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