Emanuel Medeiros Vieira ao sul do efêmero! (Silvério da Costa*)
Há muitos anos, mantenho contacto com o poeta e prosador Emanuel Medeiros Vieira, um dos mais lúcidos autores vivos deste país. Tenho por ele, uma profunda admiração, não só pela sua Arte Literária, mas também, e principalmente pelo ser humano que ele é! Não o conheço pessoalmente, mas a correspondência me basta para o que estou afirmando.
Ele nasceu na Ilha de Desterro e é o caçula de um batalhão de irmãos (17). Foi preso e torturado, durante a ditadura militar por defender a liberdade e a justiça social. Enfim, era um sonhador, um idealista que propugnava por um destino, embora não acreditasse nele, mais condizente com a dignidade humana e mais feliz para todos os brasileiros. Pois é sobre ó último livro publicado por esse extraordinário escritor catarinense, um dos melhores do Brasil, que vou falar. Seu título é “Olhos Azuis – Ao Sul do Efêmero” (Thesaurus Editora/FAC, Brasília, 2009). Trata-se de livro vitaminado (293 páginas de puro enlevo!), pelas confluências do dia a dia, que retrata especificamente, as relações do ser humano, dentro de sua existencialidade, amalgamando o lado doloroso do real com o onírico, nem sempre prazeroso. A figura central do livro é Júlia, sua amiga (namorada?) que, em dado momento, cansou de viver e partiu. (...) Ele desaperta os nós da catarse, para falar da morte e fazer florescer a vida na esteirada tragédia. “Olhos Azuis” é um livro de aguçado e percuciente reflexão sobre a existência e o comportamento humano, que faz refletir sobre a solidão, a passagem do tempo, a quase loucura, as doenças físicas e psicológicas, o absurdo do cotidiano e os bastidores do desespero, tudo extraído dos seus labirintos mais ocultos e quase intocáveis. Mas, ao fim e ao cabo, o livro é, também, uma celebração da vida. “Olhos Azuis” transcende todos os gêneros para desvelar a condição humana. A linguagem é impregnada de um terror quase kafkiano, misturada ao estilo impetuoso, envolvente e inconfundível e arrebatador de Emanuel Medeiros Vieira. Parabéns!
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*Silvério da Costa é escritor português, radicado em Chapecó, Santa Catarina.
Olhos Azuis – Ao Sul do Efêmero (Thesaurus Editora/FAC, Brasília, 2009), foi contemplado com o Prêmio Internacional de Literatura, concedido pela União Brasileira de Escritores –UBE, em 2010, recebendo o “Prêmio Lúcio Cardoso”, para o melhor romance – na avaliação da entidade – publicado no Brasil em 2009.
Há muitos anos, mantenho contacto com o poeta e prosador Emanuel Medeiros Vieira, um dos mais lúcidos autores vivos deste país. Tenho por ele, uma profunda admiração, não só pela sua Arte Literária, mas também, e principalmente pelo ser humano que ele é! Não o conheço pessoalmente, mas a correspondência me basta para o que estou afirmando.
Ele nasceu na Ilha de Desterro e é o caçula de um batalhão de irmãos (17). Foi preso e torturado, durante a ditadura militar por defender a liberdade e a justiça social. Enfim, era um sonhador, um idealista que propugnava por um destino, embora não acreditasse nele, mais condizente com a dignidade humana e mais feliz para todos os brasileiros. Pois é sobre ó último livro publicado por esse extraordinário escritor catarinense, um dos melhores do Brasil, que vou falar. Seu título é “Olhos Azuis – Ao Sul do Efêmero” (Thesaurus Editora/FAC, Brasília, 2009). Trata-se de livro vitaminado (293 páginas de puro enlevo!), pelas confluências do dia a dia, que retrata especificamente, as relações do ser humano, dentro de sua existencialidade, amalgamando o lado doloroso do real com o onírico, nem sempre prazeroso. A figura central do livro é Júlia, sua amiga (namorada?) que, em dado momento, cansou de viver e partiu. (...) Ele desaperta os nós da catarse, para falar da morte e fazer florescer a vida na esteirada tragédia. “Olhos Azuis” é um livro de aguçado e percuciente reflexão sobre a existência e o comportamento humano, que faz refletir sobre a solidão, a passagem do tempo, a quase loucura, as doenças físicas e psicológicas, o absurdo do cotidiano e os bastidores do desespero, tudo extraído dos seus labirintos mais ocultos e quase intocáveis. Mas, ao fim e ao cabo, o livro é, também, uma celebração da vida. “Olhos Azuis” transcende todos os gêneros para desvelar a condição humana. A linguagem é impregnada de um terror quase kafkiano, misturada ao estilo impetuoso, envolvente e inconfundível e arrebatador de Emanuel Medeiros Vieira. Parabéns!
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*Silvério da Costa é escritor português, radicado em Chapecó, Santa Catarina.
Olhos Azuis – Ao Sul do Efêmero (Thesaurus Editora/FAC, Brasília, 2009), foi contemplado com o Prêmio Internacional de Literatura, concedido pela União Brasileira de Escritores –UBE, em 2010, recebendo o “Prêmio Lúcio Cardoso”, para o melhor romance – na avaliação da entidade – publicado no Brasil em 2009.
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