(Mafra) A crise não abalou a beleza nem a gentileza. Estar em Portugal é estar em família, é plenitude, é resgatar raízes e submissão a um contínuo aprendizado.
Em viagem a Portugal, Saramago desvenda um país belo e profundo. Guardando tradições seculares, Portugal se impôs ao mundo, singrou mares, desbravou terras. Com muita garra e determinação fez-se cultura e civilização.
Nos últimos anos acompanhamos grandes mudanças no modo de vida português. Desta vez, inspirado em Saramago, buscamos um Portugal profundo com suas preciosas aldeias talhadas em pedra que acumulam tempos memoriais.
Dos blocos brutos aos refinados recortes a paisagem encanta e toca. Optamos por estradas sinuosas e renovamos nossos laços com a terra e com o povo numa junção de corpo e alma, um único destino que só os que sentem a alma lusitana conseguem compreender.
Paisagens repletas de história, expõem diferentes tempos do trabalho, do lazer, da vida. Em vários momentos a ideia de plenitude, de perfeição. Tudo em seu devido lugar, independente de simetria, um arranjo perfeito.
Os portugueses são hábeis na arte de construir, de fazer, de compor. As curvas e as retas se completam. Os ângulos adquirem um sentido estético extraordinário. Uma sucessão de aldeias e vilas mostram um urbanismo refinado, sem grife, sem marcas visíveis de academicismo. As rochas dominadas por mãos calejadas adquirem formas variadas e belas. Os jardins, numa profusão de cores completam a composição.
A crise econômica europeia pega Portugal e maltrata por demais seu povo. A melancolia, típica manifestação lusitana, transforma-se em fados chorosos, lindos, mesmo que pura expressão de perda e dor. Esse povo forte, bravos heróis do mar, acostumou-se aos desafios. Intrépido e valente cruzou fronteiras e com trabalho árduo garante sua dignidade.
A crise não abalou a beleza nem a gentileza. Estar em Portugal é estar em família, é plenitude, é resgatar raízes e submissão a um contínuo aprendizado.
Portugal certamente se reinventará e saberá prosseguir em sua viagem trilhando os passos de Camões, de Fernando Pessoa, Eça de Queiróz, de Mário de Sá Carneiro, de Boaventura de Souza, de Miguel Torga, de Álvaro Sisa, de Amália Rodrigues, de Grão Vasco, de Florbela Spanca. Terá sempre a companhia de Saramago em sua eterna viagem a Portugal.
José Borzacchiello da Silva - Geógrafo e professor da UFCEm viagem a Portugal, Saramago desvenda um país belo e profundo. Guardando tradições seculares, Portugal se impôs ao mundo, singrou mares, desbravou terras. Com muita garra e determinação fez-se cultura e civilização.
Nos últimos anos acompanhamos grandes mudanças no modo de vida português. Desta vez, inspirado em Saramago, buscamos um Portugal profundo com suas preciosas aldeias talhadas em pedra que acumulam tempos memoriais.
Dos blocos brutos aos refinados recortes a paisagem encanta e toca. Optamos por estradas sinuosas e renovamos nossos laços com a terra e com o povo numa junção de corpo e alma, um único destino que só os que sentem a alma lusitana conseguem compreender.
Paisagens repletas de história, expõem diferentes tempos do trabalho, do lazer, da vida. Em vários momentos a ideia de plenitude, de perfeição. Tudo em seu devido lugar, independente de simetria, um arranjo perfeito.
Os portugueses são hábeis na arte de construir, de fazer, de compor. As curvas e as retas se completam. Os ângulos adquirem um sentido estético extraordinário. Uma sucessão de aldeias e vilas mostram um urbanismo refinado, sem grife, sem marcas visíveis de academicismo. As rochas dominadas por mãos calejadas adquirem formas variadas e belas. Os jardins, numa profusão de cores completam a composição.
A crise econômica europeia pega Portugal e maltrata por demais seu povo. A melancolia, típica manifestação lusitana, transforma-se em fados chorosos, lindos, mesmo que pura expressão de perda e dor. Esse povo forte, bravos heróis do mar, acostumou-se aos desafios. Intrépido e valente cruzou fronteiras e com trabalho árduo garante sua dignidade.
A crise não abalou a beleza nem a gentileza. Estar em Portugal é estar em família, é plenitude, é resgatar raízes e submissão a um contínuo aprendizado.
Portugal certamente se reinventará e saberá prosseguir em sua viagem trilhando os passos de Camões, de Fernando Pessoa, Eça de Queiróz, de Mário de Sá Carneiro, de Boaventura de Souza, de Miguel Torga, de Álvaro Sisa, de Amália Rodrigues, de Grão Vasco, de Florbela Spanca. Terá sempre a companhia de Saramago em sua eterna viagem a Portugal.
2 comentários:
Como português só posso agradecer a forma tão amável como neste texto somos tratados.
Os portugueses são um povo de contrastes, temos de tudo, mas na generalidade somos amáveis, generosos e abertos e outros povos e só assim se compreende que, andando pelo mundo fora, desde 1420, ainda hoje somos bem tratados e recebidos, desde o Brasil, à África, Índia, China, Oceania, Japão, etc.
Quanto à crise, somos resistentes, pois resistimos desde há 9000 anos e vamos resistir a mais esta.
Queria dizer 900 anos (9000 foi erro).
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