31 de agosto de 2012

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“Não Matarás”: não basta. Teu mandamento será este: farás tudo para que o outro viva. É vero sim o que quero: não me importa o estoque de teu capital, Brasil, mas tua capacidade de: amar lavrar aspirar compreender. Esse estatuto de miséria não é o nosso, e a tecnologia da última geração não me sacia: meu coração navegador quer mais. A Ética – cuspida, debochada, no reino do simulacro, Virou produto supérfluo porque não tem valor contábil. Tempo dessacralizado e sem utopia: a esperança é um cavalo cansado? A aventura acabou no mundo? Seremos apenas meros grãos de areia na imensa praia global? Habitantes de um mundo virtual neste mercado sem cara? Soará pomposo, eu sei: não deixemos que nos amputem a alma (e que acolhamos o outro). Ser gente: não mera massa abúlica, informe, com os olhos colados no retângulo luminoso de todas as noites. O tempo é apenas dos alpinistas sociais? Sou bom porque apareço, não apareço porque sou bom. Na internet a solidão é planetária., mas do abismo – fragmento – irrompe um menino eterno, e sentes o cheiro de uma manhã fundadora. (A Morada do Ser é mais importante que o poder/glória.) E o poema resiste, singra a eternidade, despista a morte, seu estatuto não é mercantil. Já não esqueces o essencial: Na estrada de pó e de esperança, acolhes o outro. *Este texto obteve o Primeiro Lugar no Concurso Nacional de Poemas, promovido pela Associação de Cultura Luso-Brasileira, de Juiz de Fora, Minas Gerais, sendo contemplado com a Medalha de Ouro “Jacy Thomaz Ribeiro.” O tema do concurso foi “Solidariedade: Por um Mundo Melhor.”

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