21 de maio de 2014

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa 
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e 
escondendo-lhes as agruras da vida. 

http://portonovo.blogs.sapo.pt/578524.html

12 de maio de 2014

Moçambique já conta com o seu Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
altMoçambique vai apresentar, no Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa(IILP), o seu Vocabulário Ortográfico Nacional (VON), a incluir na elaboração do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, decorrente do processo de aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO) no conjunto dos países de língua portuguesa. Este acontecimento reforça a adesão de Moçambique ao AO, após o respetivo governo o ter aprovado e submetido para ratificação parlamentarLourenço do Rosáriopresidente da comissão moçambicana do IILP, em declarações ao jornal Notícias Online, frisa que o Vocabulário Ortográfico de Moçambique é o resultado de um trabalho científico levado a cabo por uma equipa da Faculdade de Letras e Ciências da Universidade Eduardo Mondlane, a qual integra lexicógrafos liderados pelas professoras Inês Machungo e Perpétua Gonçalves: «É um trabalho científico seguro e terá mais de 40 mil entradas, o que significa que estamos perfeitamente a par dos outros, quer dos portugueses, quer dos brasileiros em termos de trabalho científico.»
Além do vocabulário nacional de Moçambique, será também apresentado o de Timor-Leste, estando em fase de conclusão os de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe. Brasil e Portugal já dispõem, há muito, dos seus vocabulários nacionais – com Angola e a Guiné-Bissau à margem ainda destes trabalhos, por razões distintas. Todo este processo, quando finalizado, confluirá na elaboração do Vocabulário Comum da Língua Portuguesa, instrumento estratégico no reforço do idioma comum dos oito países lusófonos.

8 de maio de 2014

Apesar dos pesares

O Plano Real era a última oportunidade que o Brasil possuía para estabilizar a moeda, debelar a inflação galopante, recuperar o poder aquisitivo da população, neutralizar os efeitos desastrosos da famigerada correção monetária, recuperar a credibilidade externa. Planos anteriores haviam fracassado. Tudo começou com a Unidade Real de Valor (URV) . Para a população, Fernando Henrique Cardoso e sua equipe ia se aventurar mais uma vez com um fantasmagórico plano econômico, que não ia dar em nada. Mas não foi isto o que aconteceu. O Plano Real vingou e o Brasil se estabilizou, recuperou a confiança interna e externa.
"Promova o desprendimento de pontos de vista pessoais, dê a devida importância a informação empírica válida, não eleve a mera opinião ao status de fato nem defina a verdade como uma concessão entre grupos de interesses antagônicos". Este é o nosso papel social!
(por Sam Cyrius)

Casa Agostinho da Silva no 2º Congresso da Lusofonia

http://www.youtube.com/watch?v=J_uXb_1k4jk&list=UUu_-yZHH8IgZ9Hrjl_t-B9w&feature=share&index=8

1 de maio de 2014

                                    Se eu chegar a ser dum Outro
                                    mas de mim não me perdendo
                                    e esse Outro todos os outros
                                    que comigo estão vivendo

                                    não só homens mas também
                                    os animais e as plantas
                                    e os minerais ou os ares
                                    e as estrelas tais e tantas

                                    terei decerto cumprido
                                    meu destino e com que sorte
                                    para gozar de uma vida
                                    já ressurrecta da morte.
  

                                                              Agostinho da Silva, Uns poemas de Agostinho. Lisboa, Ulmeiro, Abril 1989

"Agostinho da Silva nos seus primeiros anos de Brasil: Política e Educação", por Romana Valente Pinho


“Portanto, a primeira coisa que apontaria na minha estada 

no Brasil foi a abertura de mim próprio, eu fui outro. [...] 

De qualquer maneira, o primeiro ponto da chegada ao Brasil foi este 

– abrir-me a mim. O segundo ponto foi o de descobrir no Brasil 

aquele Portugal que nunca mais me desapareceu do espírito [...] "                   
                                                                    Agostinho da Silva, Vida Conversável, 1994
Porque vai Agostinho da Silva para o Brasil no ano de 1944?
Porque escolhe Agostinho da Silva o Brasil para emigrar

e não outro país?
Poder-se-á dizer que a ida para o Brasil é uma iniciativa 

muito ponderada, já que o autor esteve preso por questões 

político-religiosas entre o fim de Junho e o início de Julho

de 1943 e só para lá emigra em Novembro de 1944. Teve, 

portanto, muito tempo para pensar e toma tal decisão em família. 

No fundo, o Brasil era-lhe não só um país familiar (na medida 

em que a sua mãe havia vivido em Vitória do Espírito Santo 

quando era jovem) como lhe transmitia uma enorme sensação 

de liberdade, já que estava muito  longe da Guerra e das ditaduras. 

A viagem para o Rio de Janeiro acontece, assim, em Novembro de 

1944 (tendo pernoitado em Dakar e no Recife) mas não se revelará 

definitiva, uma vez que Agostinho da Silva, com curiosidade pela 

educação dos vizinhos brasileiros, depressa se encaminhará para 

a Argentina e para o Uruguai. Por lá, e entre 1945 e 1947, lecciona 

na Escola de Estudos Superiores de Buenos Aires e nos 

Colégios Libres de Montevideu.
Regressado ao Rio de Janeiro entre o fim de 1947 

e o início de 1948, passa a trabalhar no 

Instituto Oswaldo Cruz, na Faculdade Fluminense 

de Filosofia e na Biblioteca Nacional (com Jaime Cortesão). 

Contudo, a que é que Agostinho da Silva se dedica mais 

nesses primeiros dez anos de Brasil? Dedica-se ao ensino, 

à escrita e à investigação. Ou seja, ensina Filosofia na 

Faculdade Fluminense (Niterói), História Antiga e Literatura 

Portuguesa na Universidade da Paraíba (a partir de 1952) 

e Literatura Portuguesa e Filologia Românica na 

Universidade de Santa Catarina (a partir de 1955); 

escreve e publica em jornais (nomeadamente o Estado de São Paulo) 

e edita os livros Um Fernando Pessoa(1955), Reflexão à 

margem da literatura portuguesa (1957) e também o Ensaio para uma 

Teoria do Brasil (1956); e faz investigação no Instituto Oswaldo Cruz

(onde se dedica aos estudos de entomologia), na Biblioteca 

Nacional e na organização da Exposição Histórica do 

IV Centenário da Cidade de São Paulo (1954/1955).
Em síntese, o objectivo de Agostinho da Silva era fazer no 

Brasil aquilo que fora impedido de fazer em Portugal. 

E o seu projecto educativo, que era naturalmente um 

projecto político (na medida em que a política deve 

estar ao serviço da cultura e da educação), consistia 

em defender uma educação para a liberdade, que 

valorizasse a acção e o homem no seu sentido 

integral, que levasse cada homem a reconhecer 

as suas responsabilidades, que tivesse participação 

efectiva na construção da vida e do futuro.