Florescem as maias inebriando os campos num incessante brotar entre penedias, assinalam o nascimento. Lembram a grega Maya gerando Hermes, ou a romana deusa da fertilidade augurando o mês de Maio, cristianizado, no futuro consagrado à Divina Mãe.
A Serra resplandece multicor, alheia ao frenesim da cidade que se consome em hordas políticas e jogos de poder.
Já o mês libertou, por um dia, o Trabalhador.
Depois da Páscoa, Maio consolidou-se em dádivas, no quadragésimo dia - a Ascensão, o trigo, as flores abertas e frutos doados à indiferença do comum transeunte.
Imperceptivelmente germinaram sementes, as folhas aguardam primícias, soltando-se amanhã. Não esquecem as crianças exaustas do fardo que o mundo lhes faz suportar. Criança só espera que a deixem brincar ainda, e que ao menos o sonho não lho queiram tirar. Louvemos os seus dons, na Primavera...
(do editorial de As Folhas Soltas, por Maurícia Telles, da Associação Agostinho da Silva)
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