Seminário resgata pensamento do educador português que ajudou a fundar a UnB. Programação inclui debate, exibição de filme e lançamento de publicações.
Maiesse Gramacho - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Tudo o que faço na vida
é só linha de poema
que cada um ordenará
conforme for seu esquema.
Agostinho da Silva
Considerado um dos mais importantes pensadores portugueses do século 20, Agostinho da Silva foi homenageado na manhã desta quarta-feira, 13 de maio, em solenidade na Universidade de Brasília. Em 2009, completam-se 15 anos da morte do poeta, ensaísta e professor, que participou da fundação da UnB. A homenagem, organizada pelo departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL), também serviu para abrir as atividades deste semestre da cátedra que leva o nome do educador.
Daiane Souza/UnB Agência |
André Luis Gomes, do TEL, quer revitalizar Cátedra e difundir obra do ensaísta |
“Desde que assumi a chefia do departamento, há um ano, tenho me esforçado para revitalizar a Cátedra e conhecer mais sobre Agostinho da Silva”, disse o professor André Luis Gomes, chefe do TEL. A unidade organizou uma comissão acadêmica interdepartamental para ampliar as discussões a respeito da obra do filósofo.
George Agostinho Baptista da Silva nasceu na cidade do Porto, em 1906. Perseguido por fazer oposição ao governo de Antonio Salazar, partiu rumo à América do Sul em 1944. Passou pelo Uruguai e pela Argentina até, em 1947, instalar-se no Brasil, onde viveu até 1969. Morou no Rio de Janeiro, na Paraíba, em Santa Catarina e na Bahia, e em 1962, participou da fundação da UnB, com a criação do Núcleo de Estudos Portugueses.
A diretora da Faculdade de Educação, Inês Maria Almeida, destacou a importância de relembrar pessoas que contribuíram para a formação da universidade. “É com alegria que estamos homenageando essa figura ilustre e memorável que foi o professor Agostinho da Silva, um defensor da liberdade”, disse. A opinião da professora foi compartilhada pelo decano de Extensão, Wellington Almeida, que representou o reitor José Geraldo de Sousa Jr. na solenidade. “Temos que valorizar aqueles que exerceram papéis importantes para a UnB”, afirmou.
A Cátedra Agostinho da Silva foi instituída em 2006, ano do centenário de nascimento do professor. A Cátedra tem como objetivo incentivar pesquisas no campo da cultura luso-afro-brasileira, assim como divulgar a obra de Agostinha da Silva e dar continuidade às suas ações, estimulando a aproximação entre Brasil, Portugal e os países africanos de língua portuguesa.
Daiane Souza/UnB Agência |
Amandio Silva lembrou atuação política do professor |
LEGADO – Após a solenidade de abertura dos trabalhos da Cátedra, o professor Amandio Silva, presidente da associação portuguesa Mares Navegados, comentou o legado do pensador, que foi além da educação e alcançou a política. “Ele foi o impulsionador da política externa brasileira em relação à África e à Ásia, no governo de Jânio Quadros”, disse. Amandio lembrou que também fez parte dos esforços de Agostinho a criação do Centro de Estudos Afro-Orientais na Universidade Federal da Bahia, nos anos 1950, para a aproximação entre os povos lusófonos.
Em seguida, foi exibido o filme Pensamento vivo, que conta a trajetória do intelectual português. Às 14h30, as discussões sobre o pensamento e a influência do humanista continuam, com a mesa redonda O legado e a missão de Agostinho da Silva, em que participam professores da UnB. O debate ocorre no Auditório da Reitoria e é aberto ao público.
No encerramento das atividades, às 17h, no Salão de Atos (prédio da Reitoria, serão lançadas duas publicações coletivas que abordam os vários aspectos do pensamento do educador, a Revista Nova Águia e o livro Condições e Missão da Comunidade Luso-Brasileira de Agostinho Silva.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos:UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
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