Congregar ou desagregar?
Há um ano o país estava à beira da bancarrota e já só havia dinheiro para pagar os ordenados de Maio aos funcionários públicos, militares e polícias incluídos, isto nas palavras do então ministro das Finanças Teixeira dos Santos. Sócrates teve então de pedir o auxílio do FMI, BCE e EU, a chamada ‘troica’. Mediante um memorando com duras condições, aceite pelo então governo PS, mas com o acordo de PSD e CDS, foi-nos feito um empréstimo e obrigados a uma dura austeridade.
Nessa altura, alguém ouviu a Associação 25 de Abril, Mário Soares ou quejandos a protestarem ou a dizerem que tal era contra o ‘25 de Abril’? Calaram-se que nem "ratos", nem sequer desde então esboçaram uma alternativa, até que “acordaram” agora, vociferando contra o atual governo, que está a tentar cumprir e a fazer cumprir as nossas obrigações internacionais. Por isso, essa gente – e outros, diga-se - que só souberam esbanjar, só merecem desdém, e isto para não ser mal educado.
Alguém viu Mário Soares e os demais a abdicarem, pelo menos em parte, das suas reformas ou subvenções ou dos ‘popós’, motorista, escritório, secretária e guarda-costas que lhe estão atribuídos (pelo menos a Mário Soares) e que nós pagamos? Enquanto estes e outros, incluindo o atual PR, não derem pelo menos um pequenino exemplo, escusam de vir para cá com conversas em “defesa” (?) do 25 de Abril, que ninguém de bom senso vos liga. E escusam de falar em “heróis” do 25 de Abril, pois os únicos heróis nesse dia foram Salgueiro Maia e os 150 militares que trouxe de Santarém até ao Terreiro do Paço e ao Largo do Carmo, fazendo cair a caduca ditadura de 48 anos. Esses sim foram heróis e nunca pediram nem beneficiaram de nada!
Será assim tão difícil aos que tiverem e têm responsabilidades políticas neste país, pelo menos no dia 25 de Abril, proclamarem uma palavra de esperança aos portugueses e uma aposta na democracia, na justiça e no desenvolvimento?
Convém que todos saibam que só faz falta quem está e continua disposto na perenidade da pátria, congregando os portugueses, em liberdade, com ações concretas para a melhoria da educação, da saúde, do desenvolvimento e do emprego, sem prejuízo do governo ter de emagrecer as gorduras do Estado (o que ainda mal começou) e de termos de “apertar o cinto” durante uns tempos.
O resto são tretas e dispensamo-las bem e, entretanto, aconselho uns certos senhores, da pseudo-esquerda, a irem à farmácia e a comprarem uns medicamentos para a amnésia de que padecem.
Jorge da Paz Rodrigues
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