26 de dezembro de 2012


A par de Aristides e por terem agido de forma idêntica, entendo justo e necessário lembrar e homenagear aqui também dois ilustres brasileiros, que igualmente merecem a designação de heróis lusófonos. Desobedecendo a ordens do Presidente Getúlio Vargas, o então Embaixador do Brasil em França, Luiz de Souza Dantas, concedeu centenas de vistos a judeus até 1942, e D. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (infelizmente falecida em 2011, em São Paulo), encarregada de vistos no Consulado do Brasil em Hamburgo, logrou igualmente vistos para salvar dezenas de judeus. Ambos ficaram para a História da Humanidade, entre outros, como “Justos entre as Nações” e estão lembrados, tal como Aristides, no Museu do Holocausto, em Jerusalém.

Acresce que, no domingo passado (23-12-2012), foi noticiado num jornal e numa TV portuguesas (Publico e SIC respetivamente), que apareceram documentos e testemunhos de um outro ‘Aristides’ português, até aqui desconhecido, que terá salvo em Roma, então ocupada pelos nazis, dezenas de pessoas perseguidas por estes, entre os quais judeus, e que, se capturadas, iriam ser mortas num campo de concentração. Trata-se do padre Joaquim Carreira, então diretor do Colégio Eclesiástico português em Roma, que nele acolheu e deu esconderijo seguro a esses perseguidos.

Jorge da Paz Rodrigues


Um comentário:

Jorge da Paz Rodrigues disse...

Aproveito o ensejo para acrescentar que o corajoso e humanitário ato do Pe. Joaquim Carreira, natural de Leiria, ocorreu em Roma, então ocupada pelos nazis, entre 1943 e 1944.