Presenças
incontestes de Agostinho da Silva e José Aparecido de Oliveira na CPLP
(Profª Drª Lúcia
Helena Alves de Sá, Presidente da Casa Agostinho da Silva)
Na Dia da Língua
Portuguesa e da Cultura Lusófona, a CASA AGOSTINHO DA SILVA
crê importante, por
todas as razões históricas, fazer uma saudação ao “avó”
e ao “pai” da CPLP, em
respetivo: Agostinho da Silva e José Aparecido de Oliveira.
Será sempre
inevitável recorrer a estas duas personalidades evidentemente lusófonas,
no
sentido mesmo desta palavra significar o que tinham a ela determinado:
fraternidade ecumênica que contribua para a maior humanização do resto do
mundo.
É mister afirmar
que foram eles, em suas áreas de atuações de expressão muito
humanista, que
avivaram relações diplomáticas, sobretudo, as estabelecidas entre os
povos
africanos, as que resultam de afinidades entre nós e, afirmaram, como
consideravam indispensável e da maior relevância, o fortalecimento
da CPLP —
uma organização internacional única, concebida na
unidade linguística e, por
extensão, nas interinfluências culturais.
Enquanto Agostinho
da Silva foi, como bem faz lembrar o
Embaixador Jerónimo Moscardo, “quem traçou
todo o programa da
nossa política para África e Ásia” desde a fundação do CEAO,
na Ufa dos anos de 1950, e durante o curto período do governo do
Presidente
Jânio Quadros; Aparecido, sob inspiração agostiniana,
foi o grande obreiro da
constituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,
pois a ele se deve,
quando Ministro da Cultura do Governo Sarney,
a organização de Encontro de
Chefes de Estado de todos os países
de língua portuguesa (ainda sem Timor) no
qual foi aprovado,
em São Luís do Maranhão, em 1989, o Instituto Internacional
da Língua Portuguesa (IILP)
que antecedeu a CPLP. José Aparecido foi o grande institucionalizador,
em 1996,
da CPLP quando era Embaixador em Lisboa e o Mário Soares era
Presidente da República.
Portanto, façamos
valer no Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona a convicção
do
professor Agostinho da Silva e do ex-Embaixador José Aparecido de Oliveira de
que o Brasil, após a consciência e o reconhecimento de suas raízes africanas,
seria
o motor da afirmação do mundo de língua portuguesa, sobretudo, em uma
nova
reconstrução civilizacional.
O ideal de Agostinho e de José Aparecido em grande parte foi
concretizado, mas,
ainda precisa tratar do passaporte lusófono que ajustará e
reforçará a CPLP como
bloco econômico, dando muito maior circulação de pessoas
e bens, em benefício
dos seus povos e de sua afirmação no contexto
internacional no qual se
assentarão cooperações significativas a barrar
políticas-financeiras perversas.
Para
além de todas as idealizações que Agostinho e Aparecido nos legaram,
devemos
mesmo é colocá-las em ação. O Mundo da Língua Portuguesa e
Cultura Lusófona faz-se
por meio de “pensamento e ação”.
Nisto está o essencial da força de nossa
destinação.
Urge cumprí-la à maneira da “alma oceânica” agostiniana e nos
dispormos a “lançar estacas na lua” como fez a sábia inteligência
amorosa de
José Aparecido de Oliveira.
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