Poema de Emanuel Medeiros Vieira
Texturas, formas e viventes
Fotos de Celso Martins
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SEM TRUQUES1
SEM TRUQUES
Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA
SEM TRUQUES
Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA
Para meus irmãos
“Deus Meu! Em que século – ou em que mundo – me fizestes nascer!”
(São Policarpo – Bispo de Esmirna, mártir e discípulo de São João Evangelista)
Ouvindo “Quem Sabe” (Carlos Gomes), com Francisco Petrônio e Dilermando Reis.
(São Policarpo – Bispo de Esmirna, mártir e discípulo de São João Evangelista)
Ouvindo “Quem Sabe” (Carlos Gomes), com Francisco Petrônio e Dilermando Reis.
O século nasceu velho.
Sem truques – só magia –
aprendi a me despedir de tudo
– colecionador de funerais –
Eternizarei (palavra esculpida na pedra) quero eternizar o canto de um pássaro que agora (para sempre?) escuto?
É para isso que aqui estou.
Dor crônica no pescoço?
É porque você foi enforcado em outra encarnação – garantem alguns.
Exaltação, melancolia, espera – o Nada –, o Tempo queimando,
a Palavra tentando driblar a Dessacralização desta vida.
(Mercantis tempos.)
“Está te faltando humor” – berra um diabinho interior.
Mas a vela continua acesa.
Perdeu importância a literatura?
Ela já não sintoniza as consciências.
E há livros demais:
hierarquizar é preciso.
Na TV, a hiper-realidade é tão perfeita
que toda experiência real parece sem graça.
Tudo é simulacro?
Não as Parcas.
Somos tão frágeis?
Somos tão fortes?
Ou não somos?
Poucos de nós não nasceram para o rebanho.
Envelhecemos, passamos, vai-se a carne – e O Espírito sopra onde quer.
A vida foi mais que nada.
(Brasília, março de 2012)
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