31 de dezembro de 2012


Agostinho da Silva: “Não há dúvida nenhuma de que o futuro do mundo, a civilização do desenvolvimento, da cultura, do homem superior vai surgir no Brasil – e é por isso que está sendo tão difícil fazer o Brasil”

Agostinho da Silva (http://www.educ.fc.ul.pt)
Agostinho da Silva (http://www.educ.fc.ul.pt)
“Não há dúvida nenhuma de que o futuro do mundo, a civilização do desenvolvimento, da cultura, do homem superior vai surgir no Brasil – e é por isso que está sendo tão difícil fazer o Brasil.”
Agostinho da Silva
O “Homem Superior” é aquele que consegue vencer todos os complexos de superioridade rácica ou religiosa, num verdadeiro e pleno cumprimento dos grandes temas do Culto do Espírito Santo e que realiza assim – pelo tolerância e incorporação do Outro – a promessa do Quinto Império.

O apocalipse em banho-maria
                                              Alberto Dines
Os ingleses são decididamente diferentes. Assim é que na véspera da passagem do ano, quando todos tentam se embalar com champanhe e esperanças, o  “Economist”, seu mais importante semanário e um dos mais lidos em todo o mundo, circula com uma capa mefistofélica. O  “Breve Guia para o Inferno” é uma engraçada e elaborada charge onde diabinhos, diabos e asquerosas criaturas exibem os pecados capitais interpretados pelos players da cena mundial.
Ninguém escapa: a Luxúria é representada pelo general Petraeus e Berlusconi, banqueiros são engolidos pelo monstro da Cobiça, Satanás, diabo-mor, maneja um painel denominado “mudanças climáticas” enquanto segura a própria capa da revista. O único risonho, Barak Obama, não obstante ostentar o pecado do Orgulho parece inebriado pela auto-estima, sem reparar no abismo fiscal. Ao fundo, atolado no lodaçal, um camburão designado como “jornalismo inglês”.  A auto-flagelação faz sentido: os editores preferiram poupar o premiê britânico a brigar com o governo. Ninguém é de ferro.
 A virada da ampulheta na próxima segunda, 31, será iluminada pelos fogos de artifício, artificiosos e enganosos, pois o Dia Seguinte já se prenuncia comprometido. Como numa tela do nosso conhecido Caravaggio, o claro-escuro está mais escuro do que claro. O apocalipse esquenta em banho-maria – devagar, infalível.
A crise econômica deixou de ser notícia de jornal, é realidade palpável, concreta, brutal. Uma generalizada sensação de década perdida está tirando dos jovens o gosto de começar e, dos velhos, o prazer de contemplar.
O mundo enrolou -- evaporaram-se edens e eldorados, sumiram as doutrinas messiânicas, as utopias estão aposentadas, emergentes e submergentes empacaram. A democracia está em crise, a prova é o tremendo aumento das manifestações de rua. O capitalismo está em crise, a prova é a sua incapacidade para medicar-se, o socialismo está em crise, a prova é a sua canibalização pelo corporativismo, o liberalismo está enfezado, a prova é a submetralhadora debaixo do braço, a religião está em crise, a prova é o seu apego ao poder temporal.
Isso é grave: os escritores avisam que vão parar de escrever porque nada mais merece ser contado. Mais grave ainda é o embaçamento do espelho da crise -- a mídia -- desconectada pelo excesso de conexões.
A Europa, mostruário da paz, derrubou fronteiras e agora está às voltas com  secessões na Bélgica e Espanha (a fome espanta qualquer disposição para a fraternidade). Venezuela, Argentina e Paraguai estão matando a pauladas o Mercosul sonhado por Bolívar.
BRICS não são exceção: o estupro de uma jovem na Índia e as gigantescas manifestações de protesto exibem a enorme distância entre crescimento e real desenvolvimento. O terror político entranhado na Rússia é um remake tenebroso e gelado do fascismo mediterrâneo. Agarrados à doida locomotiva chinesa voamos em direção de monumental incógnita que chinês algum é capaz de deslindar.
E nós, privilegiados brasilianos, entre apagões e ilusões, mas sempre abençoados pelos deuses, vamos enfim desfrutar o gosto de viver sob o manto da lei. Sensação nova, estranha, complicada, penosa, com um  travo do ceticismo no tocante a crimes e castigos. Sem alternativas. 

26 de dezembro de 2012


A par de Aristides e por terem agido de forma idêntica, entendo justo e necessário lembrar e homenagear aqui também dois ilustres brasileiros, que igualmente merecem a designação de heróis lusófonos. Desobedecendo a ordens do Presidente Getúlio Vargas, o então Embaixador do Brasil em França, Luiz de Souza Dantas, concedeu centenas de vistos a judeus até 1942, e D. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (infelizmente falecida em 2011, em São Paulo), encarregada de vistos no Consulado do Brasil em Hamburgo, logrou igualmente vistos para salvar dezenas de judeus. Ambos ficaram para a História da Humanidade, entre outros, como “Justos entre as Nações” e estão lembrados, tal como Aristides, no Museu do Holocausto, em Jerusalém.

Acresce que, no domingo passado (23-12-2012), foi noticiado num jornal e numa TV portuguesas (Publico e SIC respetivamente), que apareceram documentos e testemunhos de um outro ‘Aristides’ português, até aqui desconhecido, que terá salvo em Roma, então ocupada pelos nazis, dezenas de pessoas perseguidas por estes, entre os quais judeus, e que, se capturadas, iriam ser mortas num campo de concentração. Trata-se do padre Joaquim Carreira, então diretor do Colégio Eclesiástico português em Roma, que nele acolheu e deu esconderijo seguro a esses perseguidos.

Jorge da Paz Rodrigues


25 de dezembro de 2012


As canéforas de Tomar

Ou a “Festa dos Tabuleiros de Tomar”

Ou ainda a Festa em honra do Divino Espírito Santo, que teve lugar no passado fim de semana naquela cidade, que foi sede da Ordem dos Templários em Portugal, a cuja extinção o rei D. Dinis se opôs, negociando com o Papa, entre 1300-1309, logrando transformá-la em Ordem de Cristo e salvando os Templários.

Muitos ignoram que foram os Templários que introduziram em Portugal o culto ao Divino Espírito Santo, cerca de 1180, culto esse que a Rainha Santa Isabel, esposa de D. Dinis, depois apadrinhou e patrocinou. E tal devoção foi levada para o Brasil, onde até existe um estado que se chama precisamente Espírito Santo, existindo também tal culto no estado de Stª Catarina, devido aos nossos emigrantes açorianos, e no da Bahia.

Uma ilustre professora universitária de Brasília, de quem tenho a honra de ser amigo, Lúcia Helena Alves de Sá, que foi discípula de Agostinho da Silva, acaba de me remeter um bonito e expressivo poema de Cecília Meireles, bem a propósito e que passo a transcrever:

"Festa dos Tabuleiros de Tomar"

As canéforas de Tomar
levam cestos como coroas,
como jardins, castelos, torres,
como nuvens armadas no ar.

Estas gregas do Ribatejo,
nesta procissão, devagar,
não são apenas de Tomar:
são as canéforas dos tempos...

Para onde vão, com o mesmo andar
de milenares portadoras,
levando pão, levando flores,
as canéforas de Tomar?

Para que sol, para que terra,
para que ritos, a que altar,
as canéforas de Tomar
os primores do mundo levam?

O pombo cristão vem pousar
no altar dos cestos: pães e rosas
ides dar aos presos e aos pobres,
as canéforas de Tomar?

(poema incluído na obra Poemas de Viagem)

Nota: ‘canéfora’ é uma palavra antiga que significa figura humana esculpida, representando uma mulher com uma cesta à cabeça ou mulher que carrega cestos, tal como sucede em Tomar, em que as jovens carregam à cabeça um tabuleiro com a altura de cada uma delas.

Publicado no blogue ‘Brutus’ do site www.sol.pt


20 de dezembro de 2012

Como o Mundo seria melhor se houvessem mais Aristides


O maior heroi português do séc. XX num excelente filme
Caso ainda não tenham visto e queiram ver um bom filme português, 
recomendo-vos "Aristides de Sousa Mendes, Cônsul de Portugal em Bordéus", 
com uma excelente interpretação de Vítor Norte. 
È mesmo uma autêntica prenda de Natal.
Nele se narra, de uma forma fiel à história, como o nosso Cônsul em Bordéus, 
em Junho de 1940, “armado” apenas de uma simples caneta, concedendo vistos, 
salvou mais de 30.000 vidas humanas do holocausto nazi.
Aristides desobedeceu a Salazar, que o demitiu e impediu de exercer 
qualquer profissão, tendo morrido na miséria.
Por isso, para mim, é o maior heroi português do séc. XX, 
pelo seu gesto super corajoso e humanista e está muito bem retratado nesta película.
Para mais pormenores, podem consultar o meu anterior post, clicando em:
O filme passa em Lisboa numa das salas do centro comercial por debaixo 
da praça de touros do Campo Pequeno e numa das do centro comercial Amoreiras.
Como o Mundo seria melhor se houvessem mais Aristides!
Bom Natal a TODOS e Paz na Terra!
Jorge da Paz Rodrigues

17 de dezembro de 2012

Traços & Compassos


Miriam Sales lança Traços & Compassos na livraria LDM

A Pimenta Malagueta Editora, coordenada pela escritora Miriam de Sales Oliveira, realizará no dia 19 (quarta-feira), às 18h, na livraria LDM, no Espaço Itaú de Cinema – Praça Castro Alves, o lançamento da sua primeira Seleta, cujo título será Traços & Compassos. A obra reúne 24 autores de todo Brasil, entre poetas, contistas, historiadores, romancistas e jornalistas, que na opinião da organizadora, representam o que há de melhor na nova literatura brasileira. O livro homenageia Artur de Sales (1879 – 1952), um dos mais importantes poetas baianos.
Na visão de Miriam de Sales, para o leitor e o estudante, ter ao alcance dos seus olhos um pequeno fragmento do processo literário do seu país, amostra de uma época ou período, é uma experiência magnífica e uma inesgotável fonte de conhecimento. “Criar uma Seleta sempre esteve nos nossos planos. Afinal, desde Meléagro di Gádara, criador da primeira Antologia, a ideia de reunir talentos literários num único livro, sempre foi benéfica e inovadora”, justifica.
Uma coletânea, seleta ou antologia pode ser multifacetada como a Traços & Compassos, reunindo poetas, cronistas e contistas, como pode ser apenas um compêndio de um gênero ou escola literária escolhida. Pode ser temática, ou por período. Todas são importantes e bem vindas. Os autores da primeira antologia da Pimenta Malagueta se propõem a oferecer o melhor de si, visando se mostrar ao mundo numa roupagem colorida de ideias, frases, textos e poemas que aquecem a alma e fazem pensar. “Queremos um livro que faça história. Demos a ele uma feição clássica, como nos tempos gregos, berço das antologias”, antecipa à editora e organizadora Miriam de Sales, que também assina a apresentação.
O prefácio foi escrito pela professora Lúcia Helena Alves de Sá, presidente da Casa Agostinho da Silva e ex-membro do Conselho Consultivo do Movimento Internacional Lusófono.
Autores Ana Bailune, Amália Grimaldi, Ana Meireles, Ana Cristina Rocha, Almir Tosta, Arakén Vaz Galvão, Alfredo Lima Neto, Aurélio Schommer, Carlito Lima, Carlos Souza, Cezar Ubaldo, Dinarte Portela, Elenilson Nascimento, Geraldo Ribeiro, Jacira Fagundes, José Cláudio Adão, Luciano Marinho, Malu Ferreira, Marcos Vieira, Marina Gentile, Morgana Gazel, Moacir Saraiva, Sandra Canassa e Valdeck Almeida de Jesus.
Serviço:
O que: Lançamento do livro Traços & Compassos
Onde:  Livraria LDM, no Espaço Itaú de Cinema – Praça Castro Alves – Salvador.
Quando: Dia 19 de dezembro (quarta-feira), às 18h.
Entrada: Gratuita. 
Editora: Pimenta Malagueta Editora - 128 páginas. R$ 25,00
Informações: (71) 3313-4880

15 de dezembro de 2012

Politicando - divulgação

Segue o link de um Blog que acabou de ser criado pelos alunos de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de Brasília.

"Este Blog tem por objetivo criar um espaço de discussão de assuntos políticos e sociais atuais por meio da divulgação de artigos de opinião que permeiam todos os campos do conhecimento como economia, sociologia, antropologia e filosofia. Ele é administrado por alunos de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de Brasília e é uma ferramenta que permite que a produção intelectual vá além do ambiente acadêmico."
Equipe do blog Politicando


10 de dezembro de 2012

Está, infelizmente, sempre atual


O idealizador do "V Império" (o do espírito) e "imperador" da língua Portuguesa,
 como o crismou F. Pessoa, cujo pensamento filosófico foi, em parte, 
retomado pelo Prof Agostinho da Silva, merece ser lembrado como verdadeiro 
percursor da Lusofonia, que viajou naquele tempo 
(1630-1670, viajou oito vezes entre Portugal e o Brasil), 
só tendo escapado à Inquisição porque apelou ao Papa.
JPR


"Sermão do Bom Ladrão"
"Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais
merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos
e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das
cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os
povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os
outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."





6 de dezembro de 2012


MARCELO REBELO DE SOUSA

Língua Portuguesa tem "valor incomensurável"

por Lusa, publicado por Graciosa SilvaHoje
A língua portuguesa tem um "valor incomensurável" para a afirmação de Portugal na lusofonia e no mundo, disse hoje Marcelo Rebelo de Sousa, na apresentação do livro Potencial Económico da Língua Portuguesa, que decorreu em Lisboa.
"Não se trata de uma obra académica. É o começo de um processo. É preciso ouvir o que o Brasil pensa deste tema e também é preciso uma obra semelhante nos países irmãos da lusofonia", referiu Rebelo de Sousa, em jeito de desafio perante uma assembleia que encheu o salão nobre do palacete Seixas, a sede do Camões -- Instituto da cooperação e da Língua.
O trabalho de investigação, efetuado por uma equipa liderada por Luís Reto, reitor do ISCTE-IUL, e constituída pelos investigadores José Paulo Esperança, Mohamed Azzim Gulamhussen, Fernando Luís Machado e António Firmino da Costa, é composto por duas partes.
Na primeira parte são apresentados estudos ligados às relações entre variáveis económicas/sociais e a língua e na segunda parte são analisados os resultados de um inquérito sobre "usos e perceção dos utilizadores da língua", realizado junto de cerca de 2.500 estudantes de português nas universidades e escolas do mundo em que existem centros de língua e leitorados apoiados pelo instituto Camões.
"É preciso olhar para o setor privado e social, que devem dar a sua perspetiva", insistiu Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado na mesa por Luís Reto e pela presidente do Camões, Ana Paula Laborinho, perante uma plateia que incluiu embaixadores e representantes de países lusófonos, incluindo o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy.
"Levar o livro às escolas, ao básico e secundário, para que se perceba o que está a ser tratado" ou "sensibilizar os decisores políticos e económicos" foram outras sugestões do académico e comentador político, que também fez um apelo "aos órgãos de comunicação social para que não se esqueçam do livro".
Converter a "sensibilidade do livro em ação" para que este tema "possa ser cimeiro em 2013" foi o último repto lançado por Marcelo Rebelo de Sousa, que mereceu a anuência da generalidade dos presentes.
Luís Reto disse à Lusa à margem da sessão que foram analisadas "quatro variáveis, o investimento direto estrangeiro, turismo, fluxos migratórios e comércio externo, e esta vantagem comparativa no caso português é notória particularmente no investimento estrangeiro, e começa a ser ainda no turismo e na emigração".
"Quanto mais a economia do Brasil, Angola ou Moçambique se desenvolverem, na nossa opinião maior será a potencialidade de pertencer a esta comunidade", sublinhou.
Para o reitor do ISCTE-IUL, "pertencer a uma comunidade em crescendo económico e demográfico, com 250 milhões de falantes, significa um potencial económico grande, uma vantagem comparativa face a outro país que não pertença a uma comunidade linguística com esta dimensão".
O coordenador de Potencial Económico da Língua Portuguesa destacou ainda "duas asserções" na área económica, que considera essenciais.
"Quando se muda de língua e tem de se comerciar com outro país a língua funciona como uma barreira à entrada, como se fosse mais um imposto. Mas se estivermos na mesma comunidade linguística, o que designamos por proximidade linguística e cultural, está barreira é fraca ou desaparece. Assim, há mais facilidade em negociar na mesma comunidade".
Artigo Parcial

4 de dezembro de 2012

Aqui está uma mulher/senhora que, sem papas na língua, diz  tudo aquilo que eles deviam ouvir de cara a cara sem pestanejar. Esta cambada de políticos, em nome de uma coisa, que nem sabem o que é, "DEMOCRACIA ", enganam o incauto povo Português. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=jNKxFM_WJdI&feature=youtube_gdata_player