Em
2012, comemora-se o
centenário
de nascimento
do
escritor Jorge Amado
(1912-2001).
Muito
já se falou sobre ele
e
sobre a data.
Serei
breve.
Quero
reportar-me
às
tradições baianas,
que
são o alimento principal
das
narrativas de Jorge.
Como
observou Luna Almeida,
o
culto dos orixás,
a
descrição das festas,
danças,
vestimentas
e
saudações do candomblé
estão
presentes nos seus livros,
desde
o instante em que ele
foi
iniciado na religião.
Detinha
de Xangô
acredita
que Jorge
foi
um dos grandes representantes
do
candomblé
em
todo o mundo.
“O
homem morre, mas não
desaparece
completamente:
ele
é lembrado
por
suas obras edificantes.
Foi
o caso de Jorge Amado”,
afirmou.
O
escritor Jorge Beniste
acredita
que
os
livros de Jorge Amado,
juntamente
com
as obras do
artista
plástico Carybé
e
do fotógrafo Pierre Verger,
foram
responsáveis por revelar
a
grandeza do candomblé
e
construir a história
das
religiões no país.
“Sua contribuição foi
riquíssima
e de
grande
importância
para
a cultura da Bahia”,
afirmou
o escritor.
Alguns
de seu romances
(principalmente
os da primeira fase),
como
“Terras do Sem Fim”,
serão
sempre lembrados.
Muitos
não sabem,
mas
o Brasil deve ao escritor
o
direito de liberdade religiosa.
Ele
é o autor da lei
(da
liberdade religiosa)
aprovada
em 1945,
quando
foi eleito
o
deputado federal
mais
votado no país, pelo
Partido
Comunista Brasileiro (PCB)
–
partido depois colocado
na
ilegalidade.
No
seu livro de memórias
“Navegação
de Cabotagem”
–
que está sendo reeditado pela
Companhia
das Letras, escreve:
“Publico
esses rascunhos
Pensando
que,
talvez,
quem
sabe,
poderão
dar idéia
do
como e do porquê.
Trata-se,
em verdade,
da
liquidação a
preço
reduzido
do
saldo das miudezas
de
uma vida bem vivida.
Não
quero erguer
monumento
nem
posar
para a história
cavalgando
a glória.
Quero
apenas
contar
algumas coisas,
umas
divertidas,
outras
melancólicas,
iguais
à vida.
A
vida, ai,
quão
breve
navegação
de
cabotagem”.
(Emanuel
Medeiros Vieira,
na
Bahia, terra do
Amado
Jorge...)
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