24 de junho de 2012

'Mundo lusófono tem tudo para ser potência global'



22 de Junho, 2012
O primeiro-ministro considerou hoje que o mundo lusófono tem tudo se constituir uma potência global e afirmou haver entusiasmo dos presidentes do Brasil, Angola e Moçambique com a ideia de uma «aliança de prosperidade recíproca».
«Imaginem só o potencial humano, empresarial, político, económico, social e cultural que temos aqui em reserva», afirmou Pedro Passos Coelho, durante um jantar com empresários num hotel do Rio de Janeiro.
«Tive, por isso, oportunidade, há alguns meses já de falar, com a presidente Dilma, com o presidente Eduardo dos Santos, com o presidente Guebuza, entre outros, e todos nós, entusiasmados, concordámos sobre as inúmeras vantagens de estabelecer uma aliança de prosperidade recíproca para os nossos empresários e cidadãos, assente numa sólida relação política, social e empresarial», acrescentou.
Segundo o primeiro-ministro, os países de língua portuguesa têm «disponibilidade de capitais, de recursos, de conhecimentos técnicos e humanos únicos em muitos sectores de atividade», ou seja, têm todos os ingredientes para construírem um «grande mercado».
Passos Coelho apontou ainda que cada país lusófono «é uma porta de entrada para uma comunidade maior» e defendeu que, tendo os portugueses sido «pioneiros da globalização», não faz sentido que desperdicem «os maiores proveitos da actual globalização».
Em particular quanto às relações com o Brasil, o primeiro-ministro advogou que está a ser construída «uma verdadeira aliança estratégica», assinalando que escolheu o Brasil para a sua primeira visita fora da Europa, assim como Dilma Rousseff escolheu Portugal para a sua primeira visita fora do continente americano.
Neste jantar com empresários promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, estiveram, segundo a organização, cerca de 200 pessoas. O ex-deputado e dirigente do PSD Agostinho Branquinho, que actualmente é administrador da Ongoing Brasil, foi um dos presentes.
Antes, o primeiro-ministro visitou o Real Gabinete Português de Leitura, onde defendeu que a língua portuguesa deve ser vista «também como um factor global em termos de geopolítica» e apontou o Acordo Ortográfico como expressão de «uma visão estratégica» que deve ser prosseguida.
O Real Gabinete Português de Leitura é uma biblioteca criada no século XIX por um grupo de portugueses residentes no Brasil, sediada num edifício de estilo neo-manuelino, no centro do Rio de Janeiro.
Durante a sua visita a esta biblioteca pública, Pedro Passos Coelho destacou o facto de Portugal ter sido «durante treze anos, a parcela europeia de um Império» que tinha o Rio de Janeiro como capital. «Essa situação não tem paralelo na história das nações e continua a constituir-se como um factor de grande interesse e inspirador de reflexões mais vastas», disse.
Por outro lado, a propósito do papel que «a diáspora portuguesa» pode ter face à situação nacional, Passos Coelho considerou que os portugueses e luso-descendentes espalhados pelo mundo são «um dos melhores cartões de visita» de Portugal.
«Mostram a todo o mundo a raça de que somos feitos, a maneira como nunca desistimos de projectos que parecem difíceis», elogiou.
Em seguida, o primeiro-ministro alegou que Portugal está finalmente a encarar de frente os seus problemas e a seguir a direcção certa para os resolver: «Sempre ganhamos tempo quando fazemos o que é preciso, e nós estamos a fazer o que é preciso para colocar Portugal num caminho de crescimento justo».
Lusa/SOL

Comentário de Jorge da Paz:





Inteiramente de acordo com Passos Coelho.

Mas, para tanto, urge reformar a CPLP, que não passa de um grupo de governantes (?) dos 8 países que falam em português e que de vez em quando se reunem em grandes almoçaradas ou jantaradas...

Agora, com presidentes como Zedu ou Guebuza, que só avançam desde que sejam eles a mandar (e a governar-se) ou como Dilma, que só vê o Mercosul e que só "olha para o espelho"...

Mas pode ser que as coisas mudem e para tanto P. Coelho devia desafiar abertamente os líderes dos outros 6 países (não incluo a G.B. por ora, enquanto estiver como está, sendo certo que a CPLP se quisesse já teria livrado este país de ser o que é).




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