CRESCIMENTO ZERO
O delírio do crescimento econômico que incita a produzir mais para consumir mais, está nos levando para o impasse, a frustração e o desastre. Há que deter a expansão econômica impulsionada a qualquer custo, pois a mina de ouro – a natureza – é limitada. A tendência inteligente aponta para o decrescimento gradativo rumo ao estágio do crescimento zero, equilibrado, sensato para chegar ao ponto ômega em que o corpo se encontre com a alma e vice-versa.
Uma nova atitude diante das ameaças à vida no planeta poderá encontrar formas radicais de contenção do crescimento econômico sem perder a ternura. Deverá ser possível buscar o caminho do decrescimento inteligente ou a inteligência capaz de alcançar o estágio do crescimento zero (CZ). O primeiro passo é programar o crescimento zero da população. Menos gente, menos agressão à natureza, menos tudo. A economia pode mudar seu enfoque para se desligar dos sentimentalismos religiosos e do assistencialismo político da opção pelos pobres e declarar corajosamente sua opção pelos ricos. Eles são minoria no mundo. Isto significa drenar em profundidade a riqueza acumulada em poucas mãos para aplicá-la na contenção demográfica através de incentivos públicos à redução da expansão da população. Trata-se de inverter os papéis estratégicos das funções do Estado: administrar a riqueza e não a pobreza.
Por outro lado, expande-se cada dia mais, entre as mulheres, a sensação benéfica de que a felicidade feminina não precisa de cinco gravidezes para consolidar a maternidade. Há, portanto, condições favoráveis para o crescimento zero da população e, consequentemente, o crescimento zero da economia. Há que se caminhar na direção de prover a sociedade humana de bens socializáveis e reduzir os bens materiais individualizáveis. A tecnologia eletrônica de comunicação mundial é um dos exemplos de bens socializáveis. Dá-se, dessa forma, mais amplo espaço às pessoas para desfrutarem o essencial da existência que é a própria vida, um bem intransferível.
(Introdução ao estudo sobre o tema)
Eugênio Giovenardi
11.6.2011
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