(autor: Gerson Valle, 1944, Brasil)
30 de abril de 2011
poétiCAS
(autor: Gerson Valle, 1944, Brasil)
28 de abril de 2011
Para Reflexão
Estamos nessa vida para aprender, continuamente, e são raras as vezes que saímos do círculo vicioso dos acontecimentos, ou seja, todas as situações, todas as experiências por que passamos formam um abismo entre o que queremos, o que esperamos que aconteça e aquilo que verdadeiramente se manisfesta na nossa vida. O meio externo só reflete para nós aquilo que não queremos. Passamos a maior parte do nosso tempo nesse dilema, correndo atrás da felicidade, mas a realidade é uma só: esse mundo não pode fazer ninguém feliz. E por quê?
Gastamos muito tempo resistindo àquilo que não queremos que aconteça ou que se repita e acabamos atraindo justamente o que mais tentamos evitar. Isso acontece porque não encaramos as situações como elas se apresentam no momento, assumindo responsabilidade por elas. Não agimos e pensamos com calma, coerência, refletindo e perguntando, ao nosso coração, as respostas. Ficamos na negação e culpando as pessoas ou o meio externo pelos nossos fracassos.
Em uma das passagens bíblicas, Pedro perguntou a Jesus: "Qual é o pecado do mundo, aquele pelo qual se deve morrer?"
Jesus respondeu: "O pecado não existe; sois vós que o criam quando, assim como no adultério, sois infiéis à vossa verdadeira natureza e agis conforme o hábito de vossa natureza corrupta. Por isso o dom da luz Crística foi colocado em vós e, por essa razão Eu vim para vosso meio para restituir cada alma à sua verdadeira origem".
Aqui, na matéria, somos infiéis à nossa própria natureza porque não percebemos que existe um ponto de equilíbrio sagrado entre as realidades física e espiritual da consciência. A ajuda que devemos pedir é que sejamos auxiliados a descobrir esse ponto de equilíbrio sutil que habita o coração e esse poder é gerado por duas forças complementares: a luz e a escuridão.
Elas criam toda a perfeição. Se continuarmos ignorantes com relação a essas duas forças atuantes em todos, iremos fracassar em manter o equilíbrio em nossos relacionamentos, criando desarmonia, deixando que todas as dores e angústias vividas pelo espírito se revelem no momento presente.
Corrompemos a divindade existente em nós (as duas forças) na maioria das vezes para agradar aos outros, para sermos aceitos, ou mesmo para evitar situações de sofrimento que não queremos mais. Olhamos para o outro da mesma maneira, criando expectativas, esquecendo que dentro dele, assim como em nós, existe luz e escuridão, provavelmente, também desequilibradas.
Todo ser humano que conseguir agir pautado na verdade que todos têm seu ponto de equilíbrio, que, independentemente das diferenças individuais, possuem um ponto de união comum a todos, sairá da expectativa de que alguém o faça feliz. Perceberá que todos podem ser felizes, se quiserem, agora.
Não estamos aqui para fazer coisas, ter idéias e, sim, para nos livrarmos delas. Libertarmo-nos de crenças e padrões equivocados sobre nós mesmos e sobre os outros. E ninguém poderá fazer isso em nosso lugar. Um dia aceitamos essas idéias e crenças e agora somos nós que temos que nos livrar delas.
Só podemos ser felizes agora. Se nos preocuparmos em sermos felizes amanhã, ou ficarmos chorando a infelicidade de ontem, esqueceremos de ser felizes agora. Isso é adquirir o domínio da mente e alcançar esse ponto de equilíbrio. E não espere ser valorizado por isso aqui nessa sociedade, pois todo aquele que alcança esse feito, que passa a ser fiel à sua natureza, torna-se um verdadeiro mestre. Nesse ponto esse ser jamais irá procurar posições de poder, nunca irá oferecer aos outros técnicas milagrosas de cura, e nem lhe dirá o que deve ou não fazer. Ele procurará uma situação de anonimato e, simplesmente, irá encorajá-lo a assumir total responsabilidade pelo que lhe acontece. Irá auxiliá-lo a assumir seu Cristo interior para ser feliz no AGORA, no momento presente.(Vera Godoy)
26 de abril de 2011
23 de abril de 2011
Ressurreição
22 de abril de 2011
poétiCAS
por mais distante o errante navegante, quem jamais te esqueceria... Caetano
Pintura de Rômulo Andrade
Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria...
Ninguém supõe a morena
Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Mando um abraço prá ti
Pequenina como se eu fosse
O saudoso poeta
E fosses a Paraíba...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria...
Eu estou apaixonado
Por uma menina terra
Signo de elemento terra
Do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
Terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria...
Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria...
De onde nem tempo, nem espaço
Que a força mãe dê coragem
Prá gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas do nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Na sacada dos sobrados
Da velha são Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Terra!
Reflexão: o que diria Agostinho deste fingimento...
TESE DE MESTRADO NA USP por um PSICÓLOGO
'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORMEE A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'
'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas
enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado
sob esse critério, vira mera sombra social.
Plínio Delphino, Diário de São Paulo.
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou
oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,
constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres
invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu
comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma
percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão
social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de
R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição
de sua vida:
'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o
pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não
como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP
passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me
ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão',
diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma
garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha
caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra
classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns
se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo
pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e
serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num
grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei
o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e
claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de
refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem
barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,
parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar
comigo, a contar piada, brincar.
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí
eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo
andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na
biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei
em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse
trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O
meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da
cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,
não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a
situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se
aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar
por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse
passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito
que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses
homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa
deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são
tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo
nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.
*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!
21 de abril de 2011
Mensagem agostiniana
Se o Criador o tivesse querido juntar a mim, não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence.
São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.
20 de abril de 2011
poétiCAS
Ao professor Agostinho da Silva.
(Palavras que lhe mandei, num aniversário).
Interesso-me
Cada vez mais
Pelo coração do Homem:
Carne, sangue
E secretos canais.
Porém, o que é mais extraordinário
É a sua progressiva qualidade
De músculo voluntário!
Eduardo Aroso
(In "O Olhar da Serra", Gresfoz, 1995)
"Mim'delo"
Para mais informação visite: www.creativevisions.org/projects/mim-delo.html
(All contributions are tax-deductible, via Creative Visions Foundation, 501(C)3 non-profit organization)
O "mim´delo", Criação Lusófona (10pt), possui uma plataforma multidisciplinar criadora de ideias nas artes performativas e audiovisuais. É uma associação sem fins lucrativos e tem como objectivo a produção e divulgação de actividades artísticas que contribuam activamente para o surgimento e afirmação de novas dinâmicas culturais e sociais de âmbito Lusófono. A 10pt é um novo agente cultural, ‘ancorado’ na cidade do Porto e contemplando todo o espaço e nações lusófonas.
Para mais informação não deixe de visitar:
www.10pt.org/docmimdelo
Saudações Cordiais.
19 de abril de 2011
CAS a saber Cabo Verde
18 de abril de 2011
Uma idéia inventiva em ação: o CEAO de Agostinho da Silva
Mambembrincantes no Aniversário de Brasília
17 de abril de 2011
Agostinho da Silva-Um Pensamento Vivo - Trailer
Agostinho da Silva por Santiago Naud
16 de abril de 2011
Mensagem agostiniana
(texto recolhido de Reflexões, Aforismos e Paradoxos. Brasília: Editora Thesaurus, 1999,p. 115.)
15 de abril de 2011
Notícias de Timor Leste
14 de abril de 2011
poétiCAS
Almas Perfumadas
Tem gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.
Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.
Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.
Carlos Drummond de Andrade
Quiosque da CAS
Nesse livro, podemos entender, sob nova perspectiva, a História de Portugal e Brasil.
Além do mais, em uma escrita acessível, o autor afirma que "As modificações no método de exploração no campo da agropecuária podem ser consideradas profundas e mesmo drásticas e irão constituir o que verdadeiramente se deve definir como Reforma Agrária, embora nada tenha de comum com o praticado ou desejado no Brasil com esse nome."
Vale a pena a leitura.
Para adquirir o livro do Prof. Dr. José Luís Conceição Silva,
entre em contato com o Quiosque da CAS pelo email casagostinhodasilva@gmail.com
A CAS com a Persona Mulher cabo-verdiana
12 de abril de 2011
UnB DEBAIXO D’ÁGUA
As águas retardatárias das chuvas de abril invadiram o ninho de arquitetos, engenheiros e geógrafos da UnB. Não faltaram avisos nem previsões sempre atribuídas aos agouros de cassandras. Não faltaram preparativos projetados para que as águas chegassem aos porões do saber e da tecnologia. Os prédios da UnB estão bem situados nas ordenadas e coordenadas para acolher milhões de litros de água caídos de repente. Os amplos estacionamentos impermeabilizados para conforto dos automóveis e as vias em declive são inteligentemente desenhados e adequados a armazenar e canalizar água para as profundezas do subsolo. A UnB, com esse puxão de orelhas das leis físicas, operado pela última tormenta poderá desenvolver uma nova disciplina para as próximas gerações de engenheiros e arquitetos: a inteligentsia da água. Tenho certeza de que será útil para conduzir sabiamente a urbanização da metrópole e preservação do patrimônio cultural da humanidade.
(texto de Eugênio Giovenardi)
Para Reflexão
Senhora Presidente, senhores políticos, senhores comunicadores.
E agora senhores “donos” do poder? E agora Brasil?
1. E Agora toda a gente do “poder” repudia! Mas repudia o quê?! Os fatos consumados?! Mas ninguém faz a lição de casa?! Ninguém pensa em corrigir os rumos de uma civilização, na construção do desenvolvimento humano...
Repudiar não basta. Não diz nada. Vamos diagnosticar as causas e repudiá-las? Vamos tratar de curá-las? Vamos acabar com a corrupção? Vamos acabar com a malandragem institucionalizada? Vamos acabar com a impunidade em nome do pseudo-direitos humanos deturpados? Vamos acabar com as políticas sujas? Vamos deixar de achacar a nação? Vamos juntar o desenvolvimento econômico com o desenvolvimento social? Vamos abalar esse mundo morno acomodado, tolerante com o insuportável?
Vamos tirar a máscara do faz de conta?
Vamos repudiar a enganação?
Repudiar as causas pode levar a alguma solução. Chorar o massacre pode ser pura emoção sem solução. Precisamos de decisões.
2. Nossa criminalidade é importada. Não é da índole do nosso povo. Devemos temer mais os nossos canalhas vendilhões do que os vendedores de ilusões.
Dizer que é problema dos tempos modernos não diz nada. Dizer que é mentalidade e vícios importado, nada diz, se não nos prevenirmos contra essa herança importada dos centros financeiros do descalabro; contra a herança maldita da trapaça...
Vamos colocar as pessoas certas no lugar certo, em vez de proteger e promover os apadrinhados para pagar apoios de campanha, como se quem conquista o poder fosse dono do país e o povo seu escravo...
Vamos dar trabalho ao povo, em vez de humilhar com esmolas eleiçoeiras?
Vamos educar o povo, com educação séria para todos, para formarmos gente séria, competente e responsável e não darmos apenas um diploma vazio.
Vamos pensar no bem da nação, em vez de pensar nas próximas eleições?
Vamos chorar pela corrupção que algema o país e ricocheteia, como violência institucionalizada, e desagua em sangrentos desacatos? Choremos a injúria, a falta de princípios e a educação falida, nos meios de comunicação. Reajamos, para não precisarmos chorar tantas mortes inocentes, nas escolas, nas ruas, nas prisões e nas sarjetas infétidas...
O silêncio dos inocentes dói mais que estrondo de canhão! Só não sente quem não houve, porque tem ouvidos tampados!
3. Há milhares de facínoras por todo o país, filhos dessa escola do crime, sem princípios, sem ética, apenas buscando vantagens, numa sociedade desprotegida e fragilizada por essa pseudo-civilização enrascada. Dizer isto não é nada, se não focarmos as causas.
Precisamos riscar de nosso convívio e de nosso espírito, e dos formadores de opinião e de nossos políticos e de nossos juízes de plantão, e de nossos professores mercenários, esse farisaísmo hipócrita, que desonra a nação.
Choremos pelas causas dos massacres. Reajamos para que elas não se repitam. Cada um faça a sua parte.
Vamos repudiar as causas da violência! Mas isso as nossas autoridades não sabem fazer. É mais fácil repudiar o que acontece do que prevenir a proliferação das causas.
Os ovos da serpente reproduzem-se indiscriminadamente e em paz, acalentados por políticos e pelos meios de comunicação, enquanto a nação sofre as consequências dessa guerra feroz, que é a real herança maldita da desgovernança.
4. Por que ninguém faz uma campanha pelo desarmamento moral da nação, acabando com as injustiças, injúrias e corrupção?
Por que ninguém observa e coíbe a violência institucionalizada, que nos vem dos EUA e do Japão, pelos programas “infantis” da televisão?
Ninguém nota a conspiração que viceja e se espalha por todo o Brasil, nos canais de TV, em muitos outros canais que entretêm as crianças e adolescentes?!
Funcionam como eficientes e camufladas escolas do crime, entrando livres na casa de toda a gente, de todas as condições sociais.
Somos todos solidários contra essa parafernália pérfida e inconsequente, que vai deteriorando a alma e o psiquismo de nossa gente, enquanto rende altos dividendos, cá e além fronteiras, para os caçadores de gente incauta mas trabalhadora, que se vê atraiçoada, no recesso de seu lar.
No aconchego do lar, lugar de paz e de compreensão, entram as desalmadas e torpes lições de violência, semeando a derrocada da paz e da humana solidariedade, em nome de uma torpe liberdade de enganar nossa nação, no coração das crianças, deturpando-lhes o caráter, com violências gratuitas e inconsequente!
Massacre na televisão é ato banal. É uma banalização da vida e da paz, sem respeito e sem dignidade. Isto as mentes fracas vão reproduzindo na vida real, banalizando a vida. Aonde querem chegar?
5. Morreu o matador desalmado, que a sociedade “aleijou” e morreram 12 crianças inocentes na idade primaveril, cujas mães pensavam que a escola é um espaço de paz, convivência e enriquecimento humano.
Quem responde por essa tragédia, por esse descalabro anunciado, ao se cultivarem as causas, em atitudes pusilânimes, sem as previdêncisa que cada caso exige?!
6. Se alguém quisesse planejar um MUSEU DA VIDA, teria de agregar a ANTI-VIDA. Teríamos os agregadores e os desagregadores, muitas vezes tropeçando uns nos outros. Os que argumentam contra os desagregadores, muitas vezes estão mais a favor destes do que os defensores. A teoria do Yin Yang do taoísmo explica. Todos sabemos de que os maus defensores de uma boa causa podem transforma-se em seus algozes de fato. É preciso saber arrancar a máscara dos defensores mascarados da vida e da paz; com palavras ganham notoriedade política; com ações contraditórias fazem o que manda seu caráter. E assim caminha a humanidade, aos trancos e barrancos. Mas que caminhe, buscando novos rumos, com lealdade...
10 de abril de 2011
Brasilidades
Seu Saldanha, sapateiro cantador de moda de viola
por Eduardo Alexandre
SEM TELEVISÃO OU JORNAL, O REPÓRTER DO SERTÃO ERA O CORDELISTA, O CANTADOR
José Saldanha Meneses Sobrinho, 82 anos, 21 de Candelária, nasceu na Fazenda do Piató, Santana do Matos, e já aos 12 anos começou a fazer seus repentes, improvisos que levava às praças, seguindo, segundo ele, os repórteres do sertão: os cantadores e cordelistas.
Quando o pai o viu de feira em feira, com os cantadores mais velhos em suas farras festivas, aconselhou:
- Vou lhe ensinar tudo o que um sertanejo pode aprender. Tocar e improvisar você pode até fazer. Mas usar de viver de viola, faça isso não!
INDUSTRIAL
E Saldanha seguiu o conselho do velho.
- Fui do cabo da chibanca, vaqueiro, almocreve, aboiador, puxador de gado, fabricante de sapato, de doce e de queijo. Tudo, para dar educação aos meus filho.
Apesar de ter praticado tudo isso, Seu Saldanha foi mesmo um dos maiores industriais do calçado do RN, talvez o maior. Tratando todo mundo por portador, seu grande mestre na arte de fazer sapatos, sandálias e botas que calçaram os matutos do interior norte¬riograndense, foi seu Manoel Senhor, um sapateiro que ia à Fazenda do Piató calçar o povo do lugar.
Com ele, seu Saldanha iniciou um aprendizado que espalharia sapatos, os Calçados Menesses, por todo o Nordeste e até Rio de Janeiro, a então capital brasileira.
Mas Seu Saldanha, ao lado disso, nunca esqueceu o cordel.
Escreveu "O Nordeste e Seus Cangaceiros", "O Filho do Ferreiro", "Diz Tua Prosa, Sertão", tantos títulos, cento e oitenta ao todo, que seria cansativo enumerar a todos. Por ele, ainda estaria no Piató, mas a esposa, dona Jovelina Dantas, adoeceu e ele teve que vir morar em Natal, onde o tratamento era possível.
Vinte e um anos na Candelária, Seu Saldanha lembra o fato de ter desplantado uma macaxeira de onze quilos e treze palmos de comprimento no terreno onde hoje fica o Shopping.
Um assombro que foi até notícia de jornal, diz.
ESTÓRIAS
Hoje, ele pode ser encontrado no ponto comercial que mantém, o Recanto do Seridó, à rua Irineu Jofile, para uma prosa amena e gostosa, onde, com certeza, falará do filho do ferreiro que um dia prometeu dominar sua cidade, Cerro Corá, e que concretizou seu sonho, sendo vereador e prefeito várias vezes, história contada em cordel. Ou do matuto que chegou para comprar cigarro e como não encontrou onde comprasse, fumou a nota de 10 mil réis, ganha quando o algodão mocó era a riqueza do Seridó "e o orgulho do povo da região.”
Um homem cheio de histórias e estórias do sertão, com livros publicados e inéditos que precisam ser resgatados.
É um homem que diz que a maior universidade do mundo é o Nordeste, lugar ideal para a formação de um poeta.
Saldanha também fabricou suas próprias violas, e, de Lampião, diz coisas como essas:
Ele tinha uma estratégia
De guerra muito avançada.
Para enganar as volantes
Cobria uma retaguarda
Para dar tempo e abrir fogo
Ou fugir da emboscada.
Lampião tinha com ele
Uma perícia invejável
As investidas e pegadas
De maneira admirável
Ele enganava as volantes
De modo inacreditável.
Candelária Viva, 2000
Foto: Alexandro Gurgel (NET)
Léo Arlé na Galeria da CAS
Mensagem agostiniana
7 de abril de 2011
Cora Coralina: para não esquecermos...
Em Re-flexão
Dos países do Mediterrâneo, Portugal foi sempre o que mais dependeu da emigração. Outros, como a Itália e a Espanha, que durante o século XIX e a primeira metade do século XX tinham sido grandes exportadores de mão de obra, começaram a reduzir a saída de trabalhadores logo depois do término da II Grande Guerra. Mas em Portugal o fenômeno não ocorreu tão depressa por várias causas, desde a falta de trabalho às guerras coloniais, ou desde a estagnação econômica à política de aperto do Estado Novo. Somente com a Revolução de 25 de abril de 1974 e, principalmente, com a entrada do país na Comunidade Econômica Européia, que lhe permitiu o acesso aos fundos estruturais de Bruxelas, é que se deu uma profunda reforma na sociedade portuguesa e a emigração chegou ao fim.
Quer no tempo da Monarquia, quer durante a República, os governos nunca tiveram em relação aos portugueses espalhados pelo mundo uma posição que não fosse a de se aproveitarem, por um lado, de parte das riquezas que conseguiam obter lá fora, e, por outro, do prestígio que, por portas travessas ou pelas chancelarias, poderiam trazer para a grei.
Primeiro, foi o Brasil a receber os jovens e “engajados” das províncias mais pobres sob o impulso do imaginário de sucessivas gerações – era das terras de Vera Cruz que vinham as libras esterlinas para comprar títulos da dívida pública e as quintas no alto Minho e era para lá que seguiam, pela via marítima, os produtos importados pelas casas comerciais do Rio de Janeiro, de Santos, do Recife ou de Belém do Pará. Em troca, o Rei distribuía títulos e mercês como prova de reconhecimento aos que participavam das campanhas para socorrer as vítimas dos terremotos dos Açores, para a aquisição da canhoneira “Pátria” ou para a luta contra a tuberculose no país.
Depois do Brasil, vieram os Estados Unidos, o Canadá, a Venezuela, a Argentina, a África do Sul, a Austrália, etc. como destinos finais da emigração portuguesa, e, mais tarde, numa dimensão muito maior, os países do norte da Europa, onde se chegava tanto pela via legal, como “a salto” pela fronteira da Espanha.
Eram entre 3 a 4 milhões de portugueses a viver e a trabalhar no exterior e a sua contribuição, em termos de remessas cambiais, chegou a representar quase o mesmo montante das receitas da exportação do país.
Sem embargo desse papel importante que a diáspora tinha – e não era apenas no âmbito do balanço de pagamentos, mas também em outros quadrantes – os governos, a não ser nos discursos e nas celebrações das datas cívicas, altura em que mandavam emissários em visita às diversas comunidades, pouco se importavam com a situação e a sorte dos emigrantes.
No início da década de 80, no entanto, para seguir o exemplo de outros países europeus, foram atendidas algumas aspirações da chamada “nação peregrina”, quer no campo político – como o direito do voto e a representação parlamentar – quer na área administrativa – como os incentivos fiscais, a taxa de juros para depósitos a prazo, as facilidades para a compra de moradia – quer no quadrante constitucional e jurídico – como o estatuto da bi-nacionalidade concedido aos filhos nascidos em terra alheia, a dupla cidadania, etc.
Para um país que tinha para cima de um terço de sua população a viver no estrangeiro, essas mudanças poderiam ter sido aproveitadas de forma eficaz para o funcionamento de circuitos econômicos, culturais, sociais, artísticos e científicos entre a Mãe-Pátria e os países de destino.
Na prática, entretanto, o que se verificou é que muitas dessas conquistas acabaram por se desfazer e, outras, somente foram utilizadas pelos partidos políticos para barganharem votos e ajudas financeiras no exterior.
Veja-se, por exemplo, o que vem ocorrendo em termos de apoio e de serviços do Estado junto às comunidades: fecham-se repartições consulares e deixam-se completamente ao abandono focos importantes da presença portuguesa no mundo; não se dá o mínimo apoio às associações de raiz portuguesa, onde diariamente se cultuam e preservam os valores e as tradições de um povo e de uma cultura; o ensino da Língua é cada vez mais precário; a assistência aos emigrantes doentes e desprotegidos é minguada – e até o direito de voto por correspondência pretendem extinguir, como se valesse a pena a um patrício que mora nos cafundós de Judas ou interior do Acre comprar uma passagem de ida e volta para chegar ao consulado mais perto e votar num candidato a deputado da Assembléia da República!
Como diria o Fernando Pessoa: português sofre-se para sê-lo…
Notícias de Timor-Leste
6 de abril de 2011
Quiosque da CAS
Para saber mais acesse: http://imperdivel.net/
Galeria de Rômulo Pinto Andrade
4 de abril de 2011
Os mambembrincantes amigos da CAS
Mensagem agostiniana
3 de abril de 2011
Eugénio de Andrade
2 de abril de 2011
O quanto longe alcança o pensamento de Agostinho da Silva
1 de abril de 2011
Em Convergência da Língua Portuguesa
Oh grande louvor verdadeiramente para os peixes, e grande afronta e confusão para os homens! Os homens perseguindo a António , querendo-o lançar da terra, e ainda do mundo, se pudessem, porque lhes repreendia seus vícios, porque lhes não queria falar à vontade, e condescender com seus erros, e no mesmo tempo os peixes em inumerável concurso acudindo à sua voz, atentos, e suspensos às suas palavras, escutando com silêncio, e com sinais de admiração e assenso (como se tivessem entendimento) o que não entendiam. Quem olhasse neste passo para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados, e no mar os peixes tão quietos e tão devotos, que havia de dizer? Poderia cuidar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus uso de razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem razão.